Um brasileiro foi responsável pelo projeto destes três modelos: G50, G55 e G40 (da esquerda para a direita)

De cima para baixo: a da Ginetta, na Inglaterra; Marcos trabalhando no G55; apresentação do carro; foto o – cial com a equipe de desenvolvimento e a direção da empresa. Abaixo, Marcos com o G50, sua empreitada inicial na Ginetta

A história de sucesso do Ginetta G50 nas pistas começou no ano de 2008. Logo de cara, o esportivo surpreendeu a todos e faturou o título da categoria GT4 do campeonato inglês. No ano seguinte, repetiu o resultado na competição e foi campeão europeu. Em 2010, levou novamente o título inglês. Só mesmo um carro muito bem nascido é capaz de estrear em categorias tão competitivas com resultados tão expressivos. Apesar de ser um legítimo modelo britânico, o Ginetta G50 tem mais do Brasil do que se pode imaginar. Isso porque ele foi projetado por um engenheiro brasileiro chamado Marcos Lameirão. Ele é o criador do modelo que tem dado tanto trabalho nas pistas mundo afora. O paulistano, hoje com 40 anos, é filho do lendário piloto Chico Lameirão, que, junto com feras como Luiz Pereira Bueno e Bird Clemente, foi um dos principais protagonistas dos chamados anos dourados do automobilismo brasileiro.

O projetista herdou a paixão pelo automobilismo do pai, mas, contrariando a lógica, não quis ser piloto. Sua praia sempre foi construir carros. “Quando era mais novo, cheguei a correr de kart, mas nunca levei a sério”, conta. Apesar de ser formado em engenharia mecânica e ter trabalhado com os bólidos da Stock Car, Marcos diz que a maior parte do que sabe aprendeu com o pai. “Quando ele parou de correr, se envolveu com a parte técnica. E sempre o acompanhei”, conta.

A Ginetta Cup antecede o BTCC, maior competição de carros-turismo da Inglaterra

O Ginetta da dupla Marçal Melo e William Freire venceu logo em sua corrida de estreia no Brasil

A família Lameirão se reúne em Interlagos, no box da Ginetta, que disputa a Itaipava GT Brasil

Lameirão (o filho) se iniciou na pro ssão aos 14 anos, como ajudante de mecânico em uma o cina de kart chamada Silpo. Hoje, vive o auge de sua carreira na Ginetta, que pertence ao grupo LNT. Ele chegou na empresa depois de ver, em um anúncio de uma revista, que a marca procurava um projetista. Pouco depois, a entrevista de emprego aconteceu no Autospot Show, uma feira de automobilismo em Londres. Duas semanas depois, Marcos já estava debruçado sobre as pranchetas. Do momento em que ele começou a trabalhar até a conclusão do bólido, foram apenas oito meses.

Depois do G50, ele desenhou o G55, mais “apimentado”, e o G40, menor, para categorias de base. Segundo Lameirão, os três modelos têm como diferenciais baixo custo, boa performance e pilotagem divertida. A receita? Motor Ford 3.5 V6 com 300 cv, tração traseira, câmbio sequencial de seis marchas e peso de apenas 945 kg. Isso por apenas € 50 mil.

No Brasil, o modelo desembarcou no meio do ano passado. Dois Ginetta chegaram para disputar o campeonato GT Brasil, na categoria GT4. Em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, sua primeira prova, a dupla Marçal Melo e William Freire já venceu a corrida. Segundo os pilotos, o carro surpreendeu desde o primeiro contato. Apesar de nenhum dos dois Ginetta disputarem o título, ambos acabaram o campeonato entre os dez primeiros. Marçal e William terminaram em sexto e Carlos Burza e Leonardo Burti acabaram cando com a oitava posição. Para este ano, a expectativa é que se saiam ainda melhor, uma vez que já começaram o campeonato com o carro.