O interior do Nissan March é espaçoso, mas o acabamento é bem simples. Ele tem bons itens de série, mas falta uma entrada USB no som e freios com ABS

No mercado brasileiro, imagem é fundamental. Assim como nossos aventureiros urbanos não proporcionam grande vantagem ao encarar a lama, nossos (pseudo) esportivos não têm vantagens dinâmicas em relação às versões tradicionais. A Nissan, com o March 1.6 SR, segue a regra.

Por R$ 39.990, o “popular” japonês tem um valor interessante, se comparado aos principais rivais com motor 1.6. É mais barato, que um Gol Power, um 207 ou um Palio Sporting, e um pouco mais caro do que um Ka Sport. Desses, só o Fiat apresenta acerto diferenciado.

No caso do March, nem seria preciso mudar muito para se chegar uma versão esportiva de fato. O motor 1.6 16V é excelente: com comando variável, não lhe falta força nas baixas rotações e não tem problemas para movimentar o compacto. A aceleração de zero a 100 km/h leva menos de dez segundos, a máxima passa dos 190 km/h e as retomadas são ágeis. Pena que seu ruído invada tanto a cabine. Culpa da economia no isolamento acústico, repetida no acabamento interno, que abusa dos plásticos.

A lista de itens de série é bastante completa, mas a falta do sistema ABS para os freios e a ausência de entrada USB são inadmissíveis.

O câmbio também agrada. Com engates precisos, poderia apenas ter relações encurtadas. E o chassi também não é ruim – bastaria deixar as suspensões mais rmes e a calibração da direção elétrica mais pesada e direta. Do lado positivo, não mexer na mecânica e na transmissão garantiu a manutenção das excelentes marcas de consumo. Com gasolina, foi fácil, no uso diário, passar dos 16 km/l na estrada e dos 11 km/l na cidade.

Mas, se o que importa nesses esportivos nacionais é o visual, nesse caso, a Nissan soube encantar seus clientes. Com saias laterais, aerofólio, spoilers dianteiro e traseiro, ponteira de escapamento cromada, rodas aro 15 na cor titanium e adesivos espalhados pela carroceria, o SR se diferencia bastante das demais versões. Dentro do que o mercado oferece – que é, supostamente, o que o consumidor procura – é sim um “esportivo” bastante interessante.