Depois de 11 anos fora do Brasil, a Mazda anunciou que voltará a ter seus veículos circulando por aqui. Os primeiros a desembarcar serão os hatches Mazda2 e Mazda3. O retorno da marca ao País é fruto de uma parceria com a filial brasileira do grupo japonês Sumitomo Corporation, que terá participação de 30% na empreitada. A princípio, os modelos compactos começarão a ser importados do Japão em abril do ano que vem, mas o objetivo da sociedade é, a partir do mesmo mês de 2013, abastecer o mercado com carros produzidos em uma fábrica que será construída na cidade mexicana de Salamanca. “Eles não querem perder o excelente momento que o mercado brasileiro atravessa”, justifica Luiz Carlos Augusto, diretor-superintendente da JATO Dynamics do Brasil, especializada em estudos automotivos.

O investimento na linha é estimado em US$ 500 milhões e sua capacidade anual será de 140 mil carros. Apoiada nos benefícios de poder exportar para toda a América Latina sem tributos, essa produção será destinada aos mercados da América Central e do Sul.

No topo , o médio Mazda3 ou Axela, como também é chamado. Será vendido aqui por cerca de R$ 50 mil. Acima, o compacto Mazda2 ou Demio, que brigará com o Nissan March na faixa dos R$ 30 mil. Abaixo, o painel do Axela revela um interior moderno e bem-acabado, que deve agradar ao consumidor brasileiro, fã dos modelos japoneses

Ao que parece, a grande aposta da montadora japonesa é o compacto Mazda2, que possui a mesma plataforma do Fiesta europeu e, nos EUA, é oferecido com motor 1.5 de 105 cv de potência. O segmento de hatches pequenos e de entrada, somados, representam 54% da venda de todo o mercado nacional, de acordo com os dados da Fenabrave. Até por conta disso, o popular da Mazda terá um páreo duro pela frente. Além de enfrentar modelos já consolidados como Gol, Palio, Uno e Fiesta, terá que brigar com seus compatriotas Nissan March, Toyota Etios e Honda Brio e com os coreanos Hyundai HB e novo Kia Picanto. Já o Mazda3 é um médio que, nos Estados Unidos, usa os motores 2.0 de 151 cv e 2.5 de 167 cv. O modelo enfrentará o Fiat Bravo, o Focus, o Hyundai i30 e o substituto do Vectra GT – o Cruze hatch–, entre outros.

O principal desafio da Mazda será reconquistar a confiança do consumidor, que viu a montadora se retirar do Brasil em 2000, depois de oito anos de atuação. Hoje, a companhia vê no País uma grande oportunidade de alavancar suas vendas e atingir a meta de vender dois milhões de carros nos próximos cinco anos. Além de ser o quarto maior mercado de automóveis do mundo, representa cerca de 70% de todas as vendas da América do Sul. “Vamos fortalecer nossos negócios no México e em toda a América Central e do Sul, incluindo o Brasil, um mercado de rápido crescimento”, afirmou em comunicado, Takashi Yamanouchi, CEO da companhia.

A PRIMEIRA VEZ

Entre os anos de 1992 e 2000, a Mazda vendeu alguns de seus modelos no Brasil, mas controlada pela Ford, não conseguiu se manter no mercado nacional. Hoje ainda é possível encontrar por aqui unidades do roadster Miata (acima), do MX-3 (abaixo) e do sedã 626 usados

Se tudo der certo, a Mazda poderá oferecer outros modelos de seu portfólio como a minivan Mazda5, o médio-grande Mazda6, nas versões sedã e perua, os crossovers CX-7 e CX-9, o utilitário esportivo Tribute, o roadster MX-5 Miata (leia quadro) e o cupê RX-8. Com a boa fama dos japoneses no Brasil, as chances de sucesso são grandes.