Um Mercedes-Benz 770K Grosser Offener Tourenwagen, produzido em 1939 e que fez parte da frota de veículos pessoais do ditador nazista Adolf Hitler, não encontrou comprador em um leilão realizado na última quarta-feira (17) pela Worldwide Auctioneers, no estado de Arizona (EUA).

O lance máximo para o veículo chegou a US$ 7 milhões (cerca de R$ 23 milhões), porém o valor ficou abaixo do mínimo estabelecido pelo proprietário da raridade. Caso tivesse sido vendido, 10% do valor seriam doados para o The Simon Wiesenthal Center, organização internacional que luta contra o anti-semitismo e mantém viva a memória do Holocausto. Em entrevista ao site azcentral.com, um representante da Worldwide Auctioneers destacou que o Mercedes ainda pode mudar de mãos, caso o autor do maior lance e o proprietário entrem em um acordo.

O Mercedes-Benz 770K era o maior modelo da fabricante alemã na época. Produzido praticamente de maneira artesanal, o 770K era equipado com um enorme motor 7.7 de oito cilindros em linha com compressor volumétrico, que desenvolve 231 cv, e um câmbio manual de cinco marchas, ambos raridades para a época. Foram produzidas apenas 88 unidades do modelo, entre 1939 e 1943.

O grande conversível de quatro portas, com número de chassi 189744, é o último remanescente das oito unidades pré-série da geração W150 do modelo. Encomendado à fábrica em 1938, de acordo com as especificações de Erich Kempka, motorista pessoal de Hitler, recebeu um para-brisa blindado com 3 cm de espessura, além de blindagem nas laterais, traseira e até no assoalho.

O exemplar foi muito usado em eventos oficiais entre 1939 e 1943. Com a piora na situação da Alemanha na Segunda Guerra Mundial, com ataques aéreos constantes que passaram a restringir o uso do veículo, ele praticamente ficou sem uso até o final do conflito mundial, em 1945, quando foi capturado por tropas do exercito dos Estados Unidos e utilizado pelos militares.

Exportado para os Estados Unidos em 1946, o exemplar teve vários donos (incluindo uma associação de veteranos de guerra, que acreditava que o conversível pertencia originalmente ao comandante da SS, Henrich Himmler) e chegou aos anos 1970 com apenas 33.309 quilômetros. A conexão entre o carro e Hitler só foi redescoberta em 1976, quando o Mercedes passou por um restauração cosmética. Desde então, o 770K chegou a ser exposto em museus e várias coleções particulares.

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