01/07/2008 - 0:00
Potência de 224 cv
Torque de 52 kgfm
R$ 289.900
Que o mercado de SUVs no Brasil está em crescimento constante é fato. E, para botar mais lenha na fogueira, a Mercedes lança mais um utilitário esportivo de luxo: o ML 320 CDI. O maior apelo desta novidade, para conquistar mais uma fatia deste tão seletivo mercado, é o motor a diesel, que finalmente chega ao Brasil. Era um pedido antigo de fazendeiros endinheirados, que costumam ter um tanque deste combustível na fazenda, para geradores e tratores. Além disso, os carros a gasolina têm autonomia bem limitada, que, no interior de alguns de nossos Estados, pode significar ficar na beira da estrada com o tanque vazio.
Agora, você deve estar se perguntando: será que este SUV tão luxuoso enfrenta qualquer obstáculo? Sim, pode acreditar. Em sua apresentação dentro de um percurso off-road, o ML foi muito exigido, em subidas e descidas íngremes, que foram vencidas sem nenhum problema. Passar pela grande poça de lama, com 50 centímetros de profundidade, parecia uma brincadeira. Assim como em outro ponto onde morros de 40 centímetros davam suporte a duas rodas na diagonal, enquanto as outras duas ficavam suspensas no ar. Mesmo com tantas dificuldades, o carro não teve dificuldades em vencer os desafios. Mas o que mais chamou a atenção foi sua potência. Com um motor de seis cilindros em V, 3.0 de 24V, e torque de 52 kgfm, disponível das 1.600 às 2.800 rpm, mesmo com mais de duas toneladas ele se mostra muito vigoroso, pronto para os desafios. Todo este poder tem explicação: o moderno propulsor turbodiesel com intercooler, que possui o que há de melhor em tecnologia.
No test-drive que realizamos em um percurso especialmente preparado pela marca, o ML 320 mostrou que não é apenas luxuoso: enfrentou e superou os obstáculos sem dificuldade. Difícil é ter coragem de colocar um carro de quase R$ 300 mil em situacões tão adversas
Um detalhe curioso é a esportividade que o pneu perfil 40 deu ao carro, que no primeiro momento faz pensar que é impossível para ele enfrentar qualquer percurso off-road. Nem tudo é o que parece, mas há coisas que não dá para esconder. De fora, é possível ter noção de quanto ele é espaçosos por dentro. E, ao entrar no carro, a impressão é logo confirmada. O conforto é enorme, com excelente ergonomia, itens de luxo e diversos porta-trecos.
O segmento de utilitários esportivos de luxo precisava de outro modelo a diesel: antes o Range Rover reinava sozinho
O porta-malas leva satisfatórios 500 litros com os bancos em posição normal. Quando estão rebatidos, o volume de carga chega a generosos 2.050 litros. A alta tecnologia está presente até na hora de se abrir o porta-malas: basta apenas apertar um botão no painel. O ML 320 CDI ainda vem com faróis bixênon direcionais, entre outros itens.
O consumo de combustível, para um veículo deste porte, é bastante razoável: 10,6 km/l na média entre cidade e estrada. A marca é atingida com a ajuda da moderna transmissão automática seqüencial de sete velocidades, que aproveita muito bem a potência e o altíssimo torque do motor. Se você pisar fundo, aí ele vai “beber” à vontade, mas também vai andar muito!
Tanto luxo tem seu preço: R$ 289.900 – bem mais barato que a ML 500 a gasolina. É uma simples questão de trocar o silêncio e desempenho dos quase 400 cv da versão a gasolina pela grande autonomia, poderoso torque e maior conveniência do diesel, principalmente para quem mora ou circula por regiões “desertas”.
Seu único concorrente é o inglês Range Rover Sport SE, menos potente, com motor turbodiesel 2.7 de 190 cv, com preço na casa dos R$ 268 mil. Isso porque BMW X5, Audi Q7, VW Touareg, Volvo XC90 e Hyundai Veracruz, embora sejam SUVs de conforto e porte semelhantes, são oferecidos apenas em versões a gasolina. Quem prefere abastecer com diesel tem, agora, pelo menos duas opções no segmento.
Os bancos dianteiros, acima, têm regulagem totalmente elétrica. O teto solar de série e o belo painel, com acabamento de primeira linha: cuidado para não espirrar lama nele. O volante com controles de som, telefone e computador de bordo, o painel com mostradores redondos e a alavanca de câmbio, que fica junto ao volante
UM SUPER MOTOR
Com melhor rendimento térmico (consome menos, considerando potência e torque), os motores a diesel são preferidos pelos europeus, que pagam caro pelos combustíveis. Esse fato empurrou o desenvolvimento dos diesel, que hoje são preferência na Europa: gastam pouco e têm boa performance. Atualmente, a alimentação deles é feita por sofisticados sistemas eletrônicos de injeção direta que, em microssegundos, conseguem fazer três ou quatro miniinjeções, controlando a queima e reduzindo consumo e ruído. Avançados filtros de materiais particulados limitam a emissão de poluentes. Mas a versão vendida aqui não conta com esse recurso: em virtude da péssima qualidade de nosso diesel, com elevado grau de enxofre (de 500 a 2000 ppm, contra 30 ppm do europeu), o filtro entupiria em pouco tempo. Este “kit” dispensa o uso do filtro (poluindo mais) e exige nova calibração do módulo eletrônico. Uma pena!
(Douglas Mendonça)
A telamulti função e, junto ao arcondicionado, os controles “off-road”