O heptacampeão da Fórmula 1, Michael Schumacher, completa 56 anos nesta sexta-feira em privacidade total e envolto em mistérios a respeito de seu estado de saúde desde que se acidentou andando de esqui, em 2013. As poucas informações que chegaram ao público vieram de amigos próximos que fizeram visitas à lenda alemã do automobilismo, na Suíça, onde mora sob os cuidados da mulher Corinna e uma equipe médica.

Em 2021, durante entrevista ao jornal italiano Gazetta Dello Sport, Pietro Ferrari, vice-presidente da empresa automotiva que leva seu sobrenome, afirmou que o ex-piloto perdeu a capacidade de fala. “Lamento que hoje falemos dele como se estivesse morto. Ele não está morto, está lá, mas não consegue se comunicar”, disse, na ocasião.

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Também se sabe que, em 2019, Schumacher foi levado à França para realizar um tratamento com células-tronco, conforme noticiado pela imprensa europeia à época. Eventualmente, surgem especulações sobre aparições do heptacampeão. Em outubro de 2024, o jornal alemão Bild publicou que o ex-piloto compareceu ao casamento da filha, Gina-Maria, em cerimônia na qual foi proibido o uso de celulares, em Mallorca, na Espanha.

No fim de 2023, o advogado da família Schumacher, Felix Damm, concedeu uma entrevista ao portal alemão Legal Tribune Online e falou sobre as razões pelas quais a temática é tratada com sigilo. De acordo com ele, os familiares consideraram publicar um relatório que informasse a situação do ex-piloto, mas entenderam que tal divulgação apenas abriria brechas para mais perguntas.

“A mídia poderia retomar esse relatório repetidas vezes e perguntar: ‘E como é agora?’, um, dois, três meses ou anos após o relatório”, explicou Damm, que ainda mencionou a questão da “autoexposição voluntária”. Ele se refere ao fato de que a própria família, acompanhada de médicos, deu publicidade a informações sobre o ex-piloto da Ferrari logo após o acidente.

CHANTAGEM

Ao longo da última década, a família tem travado batalhas jurídicas para impedir a divulgação de determinados conteúdos sobre o estado de saúde do alemão. Nos últimos meses, criou-se grande tensão com um caso de chantagem articulada por pessoas que teriam fotos de Schumacher em seu atual estado.

Markus Fritsche (ex-segurança de Schumacher), Yilmaz Tozturkan (segurança de boate), Daniel Lins (filho de Tozturkan e especialista em tecnologia) teriam ameaçado a família de Schumacher e pedido dinheiro para não revelar publicamente imagens e arquivos pessoais do ex-piloto de Fórmula 1.

O trio foi detido em junho. De acordo com o jornal Daily Mail, mais de 1500 arquivos pessoais do ex-piloto foram roubados. Eles estavam armazenados em quatro pen drives e dois discos rígidos.

No início do julgamento dos três homens, o nome de uma enfermeira foi citado como possível participante do esquema de extorsão. A profissional de saúde teria ajudado os acusados a obterem informações, imagens e vídeos do ex-piloto.