24/07/2015 - 16:31
Tem muita gente que gosta de carros antigos. Alguns só juntam e os deixam amontoados em oficina. Mas tem aqueles que gostam de acompanhar cada restauração para deixar os seus veículos totalmente originais e funcionando, para ter o prazer de ‘queimar’ combustível rodando com os seus clássicos e voltando no tempo.
Foi um grupo destes aficionados que resolveu ampliar os horizontes de seus passeios semanais e pequenas viagens mensais, quando resolveram criar o Rally Internacional Mil Milhas Históricas Brasileiras. Percorrendo sempre mais de 1.600 km, durante cinco dias, passando por lindas paisagens em serras e praias, colocando à prova a resistência e eficiência de seus carros de coleção com pelo menos 95% de originalidade, fabricados entre 1919 e 1980.
Neste ano, o evento (que aconteceu entre os dias 24 e 28 de junho), contou com a participação de 49 duplas de vários estados e países, que conheceram a bela geografia e as estradas históricas no interior de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. E neste grupo estavam misturados desde um Mercedes-Benz 500 SL 1980 e o Ford Thunderbird conversível 1957, passando por esportivos como Corvette Stingray 1963 e os brasileiros Puma GTE 1600 1975 e Fusca 1300 1973, entre outros.
Debaixo de chuva e frio, a prova começou em São Paulo, com destino a Águas de Lindóia (SP). O segundo dia seguiu longo para o litoral fluminense. A garoa, a neblina e a descida íngreme e estreita castigaram todos antes da chegada à esplendorosa costa da Rio-Santos até a chegada do pôr-do-sol em Angra dos Reis (RJ).
A maresia foi ficando para trás no terceiro dia com a subida da Serra de Lídice, com os seus enigmáticos e escuros túneis de pedra. De Visconde de Mauá (RJ), os carros seguiram em estradinhas com muito verde para Caxambu, de volta a Minas Gerais. No quarto dia um brunch requintado no Le Bistrô, em Quiririm (SP), antes da subida para Campos do Jordão (SP), onde é realizada a temida “Noite do Saci”, nos escuros caminhos da Pedra do Baú.
No final do passeio foi aclamado o Mercedes-Benz 280S 1969 dos gaúchos Rogério Franz e Mário Nardi, que venceram a prova pela terceira vez. “Nossa aventura começou em Porto Alegre, pois viemos rodando desde la. Este ano foi mais tranquilo, mas o meu navegador passou noites em claro fazendo cálculos e o resultado está aí, três vitórias em quatro participações”, comentou o engenheiro mecânico e piloto Rogério Franz, que ao contrário da maioria, participa do evento com o espírito competitivo.
Os veículos inscritos foram divididos em três categorias, conforme o ano de fabricação. Na categoria Pós Guerra a vitória ficou com a dupla de pai e filho Ricardo e Felipe Marujo, com Jaguar XK 150-S 1959, que também ficaram em sexto na classificação final, mesmo estreando em rallyes.
Na categoria 1961 a 1970 os vitoriosos foram Franz/Nardi, mas na reservada para os carros de 1971 a 1980 a glória ficou para Antonio Chambel Filho e Ney Fonseca, com Mercedes –Benz 280S 1971. “O nosso Mercedes-Benz se comportou como um tanque Panzer, é um carro confiável e maravilhoso”, elogiou Chambel Filho.
A melhor dupla mista foi Leandro Pimenta e Nefertiris Curi, com Fusca 1.300 1973, que ficaram em oitavo na classificação Geral e terceiro na categoria 1971 a 1980. A melhor dupla estrangeira ficou na 16ª posição, formada pelos italianos Gastone Gonzato e Silvana Bianchini, que estrearam com Porsche 911 SC 1980.
A dupla Maurício Marx/Carolina Vassilak, que começou competindo com Romi-Isetta 250 1958 levou o prêmio ‘Espírito do Rallye’, pela simpatia e esforço de continuar acompanhando a prova e prestando ajuda mesmo após a quebra do veículo.
Os cinco primeiros na classificação Geral foram:
1) Rogério Franz/Mário Nardi, Mercedes-Benz 280S 1969, 188 pontos perdidos;
2) Fernando Stickel/Arthur Stickel, Mercedes-Benz 280 SL Pagoda 1970, 324;
3) Carlos (Goi) Cacciatore/Wagner Saccomani, Mini Cooper S 1965, 481;
4) Christian Pons Casal de Rey/Mário Leitão, Corvette Stingray 1963, 491;
5) Antonio Chambel Filho/Ney Fonseca, Mercedes-Benz 280S 1971, 698.
Os cinco primeiros na categoria Pós Guerra foram:
1) Ricardo Marujo/Felipe Marujo, Jaguar XK 150-S 1959, 909 pontos perdidos;
2) Reinaldo Fantozzi/Thiago Almeida Prado, Thunderbird 1957, 1.672;
3) Eduardo Azevedo/Cecília Azevedo, MGB Roadster V8 1969, 5.243;
4) Rose Samon/Herve Salmon, Austin-Healey BT7 1960, 64.725;
5) Mário Andrade/Eileen Andrade, Jaguar XK 120 1960, 89.801.
Os cinco primeiros na categoria 1961 a 1970 foram:
1) Rogério Franz/Mário Nardi, Mercedes-Benz 280S 1969, 188 pontos perdidos;
2) Fernando Stickel/Arthur Stickel, Mercedes-Benz 280 SL Pagoda 1970, 324;
3) Carlos (Goi) Cacciatore/Wagner Saccomani, Mini Cooper S 1965, 481;
4) Christian Pons Casal de Rey/Mário Leitão, Corvette Stingray 1963, 491;
5) Marcelo Mantelli/Simone Bumbel, Volvo Amazon 122S 1967, 1.494.
Os cinco primeiros na categoria 1971 a 1980 foram:
1) Antonio Chambel Filho/Ney Fonseca, Mercedes –Benz 280S 1971, 698 pontos perdidos;
2) Paulo Martinelli/Paulo Martinelli Filho, BMW 2002 Tii 1973, 967;
3) Leandro Pimenta/Nefertiris Curi, VW Sedan 1.300 1973, 1.302;
4) Júlio D. Areia Filho/Letícia B. de Mello, Mercedes-Benz 280 CE 1980, 1.330;
5) Cristiano Cittadino/Urbano Muffo, BMW 33 CS 1972, 1.444.