O campeonato tem oito rodadas e o custo é de R$ 220 mil por equipe

A bordo do Mini Challenger, já encaixado no banco concha e atado pelo cinto de cinto pontas, começo a pensar como, mais tarde, descreveria a sensação de estar naquele carrinho. É pequeno, apertado, a posição de dirigir é baixa e o calor é quase insuportável. De repente, a palavra surge: claustrofóbico. Se tem problemas com isso, esqueça! Como eu não tenho, parti para realizar meu trabalho: pilotar o Mini de corrida por três voltas em uma pista fechada, no interior de São Paulo.

Ao pressionar o botão de partida do motor, o grave ronco do 1.6 turbo de 211 cv invade a cabine. A potência não foi alterada em relação à versão que lhe originou, a John Cooper Works. Nem precisava. O carro é um canhão. Por incrível que pareça, o pedal de embreagem é leve, e as seis marchas do câmbio manual são engatadas com precisão. Na reta consegui cravar 160 km/h, mas, segundo a Mini, a máxima é de 240 km/h.

A direção, extremamente precisa, ajuda a contornar as curvas. Além disso, o rme conjunto de suspensões – com amortecedores ajustáveis – e os pneus slicks asseguram total estabilidade. Em caso de perda de controle, basta pisar fundo no freio que o ABS Racing ajudam a retomar a trajetória. Aliás, esse conjunto leva o Challenger de 100 km/h a zero em 3,1 segundos ou 31 metros.

A prática foi prazerosa. Se eu tivesse R$ 220 mil – preço para disputar o campeonato – certamente me inscreveria. Mas era hora de voltar para os boxes e conhecer um pouco mais do Mini na teoria. Os carros têm suporte técnico da empresa JL, mas ela não faz a preparação dos modelos, que já vêm prontos e homologados da Alemanha. Embora o interior seja aliviado de todo peso desnecessário, curiosamente, o painel foi preservado. A segurança para o piloto é garantida ainda pela gaiola e pelo extintor automático, ambos exigidos pela FIA.

O pequeno Mini recebeu ainda modi cações diretamente ligadas à melhora aerodinâmica. Entre elas estão o uso de um novo splitter dianteiro (um tipo de assoalho fechado que melhora o uxo do ar sob o carro), de um aerofólio regulável e um difusor de ar traseiro.

Para participar do campeonato é preciso assinar um contrato com validade de um ano. O documento pode ser solicitado nas concessionárias, na Vicar Promoções Desportivas (responsável pela divulgação da categoria) ou impresso pela internet. No valor de R$ 220 mil estão inclusos o combustível, as inscrições, a assistência mecânica, a manutenção e o transporte do carro, e o gasto podem ser dividido entre os pilotos da equipe (até três pessoas). “O grande atrativo do Mini Challenge é a relação custo-benefício. O carro não é do competidor. Ele só tem que correr”, diz Martin Fritsches, diretor da Mini do Brasil. Mas é bom andar na linha: em caso de colisão, o piloto paga mais R$ 4 mil pela franquia do seguro.

O carro tem mudanças mecânicas, aerodinâmicas e restrição de peso (com o piloto, pesa 1.170 kg). Já o motor não muda

Mini Challenge Calendário 2012

O campeonato de 2012, que começa no dia 25 deste mês, chega com novidades. A partir deste ano, as corridas acontecem em rodadas triplas, sempre depois da Stock Car. São três treinos livres de 30 minutos cada um. Uma única classi cação de ne os 20 carros do grid de largada dos três dias. Valem as três voltas de cada piloto. Todas as corridas têm uma duração de 25 minutos mais uma volta e serão transmitidas pelo canal Band News.

1ª rodada – 24 e 25 de março

Autódromo José Carlos Pace (Interlagos) – São Paulo (SP)

2ª rodada – 14 e 15 de abril

Autódromo Internacional de Curitiba-Pinhais – Curitiba (PR)

3ª rodada – 19 e 20 de maio

Autódromo Internacional Velopark – Nova Santa Rita (RS)

4ª rodada – 30/6 e 1º de julho

Autódromo Internacional Ayrton Senna – Londrina (PR)

5ª rodada – 14 e 15 de julho

Autódromo Internacional Nelson Piquet – Rio de Janeiro (RJ)

6ª rodada – 4 e 5 de agosto

Autódromo José Carlos Pace (Interlagos) – São Paulo (SP)

7ª rodada – 20 e 21 de outubro

Autódromo Internacional de Curitiba-Pinhais – Curitiba (PR)

8ª rodada – 10 e 11 de novembro

Autódromo Internacional Nelson Piquet – Brasília (DF)

O cockpit é um tanto claustrofóbico, com seus bancos concha e ausência de revestimentos. Mas o painel de Mini foi mantido