01/10/2011 - 0:00
O Cooper Coupé é o caçula de uma família de cinco modelos da Mini. E, como toda criança pequena, tem muita energia, exige toda a atenção e quer brincar o tempo todo. Para reforçar essa ideia, a apresentação do modelo à imprensa foi feita em uma base aérea alemã de 1936 e o diretor mundial da marca, Kay Segler, liderou a conferência vestindo um macacão de corrida.
O modelo esportivo é apenas cinco milímetros mais longo do que o hatch e possui um para-brisa com inclinação de 130 a mais, o que melhorou a aerodinâmica. Na parte de trás, a nova traseira foi projetada para dar ao carro uma forma de três volumes e integrar um spoiler traseiro retrátil. No interior, a arquitetura é familiar para quem conhece os Mini, mas, se você olhar para cima, verá duas conchas que fazem com que o espaço para a cabeça fique maior.
É difícil dizer se o estilo deste Mini é um marco do design moderno ou uma adaptação mal-sucedida do hatch para fazê-lo parecer um cupê esportivo. O certo é que está longe de ser unanimidade de estilo
Mecanicamente, os motores são exatamente iguais aos dos modelos hatch. O mesmo vale para a suspensão da versão John Cooper Works avaliada. As demais receberam amortecedores mais rígidos e barras estabilizadoras mais grossas. Esta versão topo de linha é equipada com o motor 1.6 turbo, que desenvolve 211 cv a 6.000 rpm, o torque de 26,5 kgfm é plano de 1.850 a 5.600 rpm. Em situações mais esportivas, o overboost permite que o torque suba para 28,6 kgfm. Mas o que realmente impressiona é que esse poder de fogo é entregue de forma uniforme, linear e suave em todas as faixas, sem buracos ou demoras na resposta do acelerador.
A aceleração de zero a 100 km/h é feita em 6,4 segundos e chega a 240 km/h na sexta marcha do câmbio manual, única opção. A velocidade máxima maior em relação ao hatch se deve à melhor aerodinâmica e à menor altura do carro. Testamos o Mini Cooper Coupé JCW por quase 300 quilômetros em pequenas e sinuosas estradas interioranas da região de Munique, na Alemanha, assim como nas perfeitas e desejadas autobahns sem limites de velocidade. O modelo se saiu bem em ambos os casos.
Internamente, não há muitas novidades para quem está acostumado com a marca. Mas a maior inclinação do para-brisa melhorou a aerodinâmica e ajudou a aumentar a velocidade máxima
Nas estradas sinuosas, a direção é rápida, os pneus 205/45 R17 grudam mais que chiclete, os limites de estabilidade são extremamente altos e o comportamento é neutro, sem escapadas. Sem dúvida, trata-se de um dos melhores carros de tração dianteira atualmente. A estabilidade é auxiliada pelo aerofólio traseiro, que aparece a 80 km/h, grudando ainda mais a traseira no chão, mas que dificulta a já pequena visão pelo retrovisor central. Nas autobahns, o Mini atinge velocidades superiores a 200 km/h facilmente, alcançando a máxima em vários trechos.
As ruas em torno de Munique são impressionantemente lisas, situação que dificilmente encontramos no Brasil. Nos pisos irregulares, além de o conforto ficar comprometido, o comportamento muda. O carro fica mais arisco e nervoso. Mas, ainda assim, seguro e divertido.
O modelo desembarca no Brasil no final deste mês nas versões Cooper e Cooper S. A configuração mais simples é equipada com o motor 1.6 16V a gasolina aspirado de 122 cv, que custará cerca de R$ 120 mil. Já a Cooper S, com o mesmo motor, mas turbo e 184 cv de potência, tem o preço de R$ 140 mil. A versão que testamos, a JCW, só chegará no começo do ano que vem. Seu preço deverá ser superior a R$ 155 mil.
Os bancos traseiros do hatch eram quase figurativos, mas nessa versão desapareceram de vez. É o primeiro modelo da marca com apenas dois lugares. Assim, o porta-malas ficou com 280 litros