Nem mesmo os executivos da Nissan sabem definir se o Grand Livina é uma minivan, uma perua ou se está inaugurando uma nova classificação de carroceria. Mas isso pouco importa. O novo modelo é um excelente familiar e oferece uma das melhores relações custo/benefício nesse segmento. Feito sobre a plataforma barata do Logan, tem preço atraente, que parte dos R$ 54.890. Por esse valor, tem ar-condicionado, direção elétrica com ajuste de altura, airbag para o motorista, trio elétrico, rodas de liga aro 15 e som com entrada para MP3. No modelo top (R$ 65.390), oferece o sistema I-Key, que permite ao motorista fechar e abrir as portas e dar a partida sem precisar tirar a chave do bolso.

Seu interior carrega cinco ocupantes (o quinto meio espremido) e mais 589 litros de bagagens – fora um compartimento sob o assoalho para mais 18 litros. Abrindo-se mão da capacidade de carga, leva sete pessoas. São inúmeras possibilidades de arranjo do habitáculo. Em lotação máxima, os bancos auxiliares garantem conforto a dois adultos. Mas o acesso a eles exige contorcionismo. Para auxiliar, os bancos da fileira central são rebatidos e deslizam em uma única operação. Para voltá-los à posição anterior, no entanto, são necessários dois ajustes distintos.

Teste de emissão realizado na oficina FRISON TECH Tel.: 3991-2367 – www.inspecaoveicular.com.br

Ao contrário do irmão menor, o Grand Livina não tem a opção do motor 1.6. Tanto a versão de entrada quanto a SL (avaliada) vêm com o 1.8 flex de 126 cv e 17,5 kgfm (com álcool) e opção de câmbio manual de seis marchas ou automático. Nesse caso, apesar da transmissão com apenas quatro velocidades, seu desempenho agrada. O motor tem curva de torque plana e as trocas são rápidas e precisas, o que faz com que o consumo não assuste. Pena o motor 1.6 16V não estar disponível. Apesar de ser uma unidade mais antiga (e proveniente da Renault), ficou muito bem acertada no modelo cinco lugares e não faria feio, também, no Grand Livina.

Dinamicamente, o carro é muito agradável. Em razão do peso extra, a suspensão traseira foi recalibrada e ficou mais firme. Essa mudança, aliada à carroceria mais alongada e baixa, se reflete em um comportamento mais parecido com o de uma perua do que de um monovolume. Aderna pouco e faz curvas com relativa eficiência e leve tendência ao sobre-esterço. Em relação ao irmão menor, é mais silencioso na estrada graças à utilização de mais revestimentos acústicos.

O banco da terceira fileira leva dois adultos com comforto, mas quase acaba com o espaço no porta-malas. Com cinco passageiros, a capacidade sobe para 607 litros. É possível, ainda, dobrar a segunda fileira e viajar com motorista, passageiro e muita bagagem

À esquerda, o câmbio automático: apesar de ter apenas quatro velocidades, o desempenho agrada e as trocas de marcha são bastante suaves. À direita, o painel, com comandos bem acessíveis

Motor eficiente, lista de equipamentos recheada, habitáculo para sete pessoas, porta-malas de até 600 litros e preço justo. E aí? Interessa mesmo saber se isso é uma minivan ou uma perua?