Em fevereiro de 2011, MOTOR SHOW avaliou, na Europa, a versão Cabrio do pequeno Fiat 500. Colecionamos elogios e sugerimos sua venda no Brasil. Agora, essa versão ainda mais charmosa do Cinquecento chega ao nosso mercado, mas está um tanto diferente. No lugar daquele modelo, fabricado na Polônia e vendido na Europa, teremos aqui o 500 Cabrio feito no México, uma das estrelas da marca no Salão do Automóvel de São Paulo – e que chega às lojas logo depois, por cerca de R$ 58 mil.

 

Assim como o 500 hatch, o Cabrio é uma releitura do modelo antigo. Em 1957, as coisas eram mais simples, e a Fiat simplesmente pegou um 500 e cortou seu teto, substituindo a parte retirada por uma lona. Hoje, segurança é prioridade e, por isso, como todo moderno cabriolet, o 500 teve um desenvolvimento mais caprichado: a coluna A foi reforçada, assim como o assoalho, que recebeu uma barra transversal. Para completar, como no 500 C de 1957, só o teto é de lona: laterais, travessas e colunas são fixas, garantindo a sensação de se estar menos exposto – e sem abrir mão de apreciar o visual e de sentir o sol e o vento (não é para isso que existem os conversíveis, afi nal de contas?).

Mesmo de capota fechada, já se percebe que esse 500 é diferente, principalmente quando se escolhe cores contrastantes para carroceria e teto. A lataria pode ser vermelha, cinza, preta ou branca; a capota, preta ou vermelha. Qualquer combinação vale, menos carroceria cinza com teto vermelho.

Com a capota aberta, ele fica mais inconfundível e charmoso. A abertura do teto, a até 80 km/h, é feita em três estágios. No primeiro, ele se abre até atrás da cabeça do motorista, parecendo um teto-solar; no segundo, fica só o vidro traseiro; no terceiro, ele também se dobra. Aí não se vê mais quase nada pelo retrovisor interno – o que é compensado pelos ótimos retrovisores externos.

O 500 Cabrio poderia ser mais barato, com preço na casa dos R$ 50 mil, se fosse vendido em sua versão MultiAir com câmbio manual, que, por enquanto, só existe nos EUA. Mesmo assim, não há no Brasil nenhum conversível com preço similar, estimado em R$ 58 mil. O smart fortwo cabrio – bem menor, com motor 1.0 turbo de 84 cv e dois lugares – custa R$ 72.500 e o Mini Cooper Cabrio – mais parecido em proposta e potência – passa de R$ 115 mil.

Baseado na versão mais cara do 500, a Lounge, o 500 Cabrio já vem completo, com destaque para o controle de estabilidade (ESP), o auxílio de partida em subidas e a direção dual drive (que fica mais pesada no modo sport, que altera também respostas do câmbio e do acelerador). Por isso, a lista de opcionais é curta: bancos de couro, ar-condicionado digital, som Bose, airbags de cortina e de joelhos, retrovisor eletrocrômico e sistema Blue&Me. O curioso é que as rodas 16” que também fazem parte desse kit são iguais às da versão Lounge, enquanto as aro 15, de série, são exclusivas do Cabrio.

A opção mecânica é única: o eficiente motor 1.4 MultiAir somente a gasolina, econômico principalmente na cidade, e câmbio automático de seis marchas (não o automatizado Dualogic) com trocas sequenciais na alavanca. Não é um carro para se dirigir esportivamente. As respostas do 1.4 de 105 cv até são boas, mas, quando provocado, o motor reponde alto – e tem uma “voz” peculiar. Melhor é aliviar o acelerador, abrir a capota e curtir a paisagem – e os elogios.