Em setembro do ano passado, MOTOR SHOW publicou um especial sobre a conturbada relação entre os carros e o meio ambiente. Dos anos 70 para cá, novas tecnologias – como os catalisadores e motores mais modernos – reduziram em mais de 90% as emissões de poluentes atmosféricos nocivos ao homem, como monóxido de carbono, hidrocarbonetos, dióxido de enxofre, óxido nitroso e material particulado. São gases que fazem mal diretamente à saúde, simplesmente porque se os respirarmos, alguns podem até levar à morte imediata, como o CO.

Em São Paulo, a inspeção ambiental veicular começou este ano para controlar as emissões, mas trata-se de uma iniciativa tímida, que não inspeciona os carros mais antigos – os que mais poluem – e não foi acompanhada de uma melhoria na qualidade dos combustíveis. De qualquer forma, trata-se de uma medida válida, que visa a obrigar os proprietários de automóveis a manterem seus veículos em bom estado.

Desde aquele especial, mensalmente publicamos reportagens relacionadas ao tema, que falam de carros elétricos, reciclagem e outras iniciativas para reduzir os impactos da produção e uso dos carros. Temos publicado, também, uma tabela – agora fixa com a ficha técnica – com os resultados dos testes que realizamos com os carros avaliados, seguindo o padrão utilizado pela prefeitura de São Paulo na inspeção, além da emissão de dióxido de carbono (CO2).

Agora MOTOR SHOW dá mais um passo nessa iniciativa. Criamos um selo que classifica os carros quanto à emissão de CO2. Este gás, que produzimos ao respirar, não faz mal à saúde diretamente, mas é grande responsável pelo aquecimento global. Nosso novo selo mostra a emissão de CO2 em gramas emitidas por quilômetro rodado e a classifica com uma cor. A emissão do gás é proporcional ao consumo de combustível do veículo, e ocorre na queima do álcool ou da gasolina. A diferença é que com álcool (este será o número mostrado nos carros flex) o processo de produção da cana-de-açúcar reabsorve, por fotossíntese, boa parte do CO2 emitido. Então, lembre-se: um carro flex, abastecido com álcool, mesmo com emissão de CO2 alta, ainda é mais inofensivo que um modelo a gasolina.

Para chegar à emissão do gás, usamos os dados de consumo divulgados pelo fabricante e os dados da Cetesb sobre nosso combustível. No caso das montadoras que não divulgam o consumo, usamos os dados da Europa ou dos EUA. Como as normas de aferição de consumo são mais rigorosas lá, estes fabricantes acabarão penalizados com números de emissão do gás ainda mais altos. É o preço que pagam por omitir esta importante informação.