Com 170 anos e originalmente associada a óleo, a francesa Motul quer continuar contando historia. No entanto, a companhia se prepara para um futuro, inevitavelmente, de elétricos ou eletrificados. Com isso, ela ampliou o seu portfólio de cuidados para veículos.

Para detalhar o que a marca vem fazendo, a equipe da MOTOR SHOW foi até a Casa Motul, um showroom da marca, localizado no bairro Jardim América, na cidade de São Paulo, e conversar com Mariano Perez, general manager da Motul Brasil.

“Somos também uma petroleira e não dependemos da extração de petróleo. Podemos transformar nossa marca não somente de um produto para motor, mas também agregar novas tecnologias e inovação.”

Mariano Perez, general manager da Motul Brasil – Crédito: Divulgação

Pilares da Motul

Não à toa, a companhia lançou recentemente o plano chamado de “Regeneration Plan 2030” que, como o próprio nome indica, traça rotas para a empresa até o final da década.

Ele explica que o principal pilar, o core business da Motul, é o óleo para motor. O segundo trata da diversificação de produtos, como o bike care, de cuidados para bicicleta, e o car care. Além disso, há linhas de aditivos para carros antigos.

O último pilar está associado ao desenvolvimento de tecnologia. Ele cita que tem um projeto de fluídos específicos para esfriar, por exemplo, big data centers e um segundo para baterias elétricas.

Casa Motul – Crédito: Divulgação

“A bateria do carro elétrico esquenta e, com isso, a performance do carro vai baixando. Estamos trabalhando em fluídos para isso.”

O quinto pilar está ligado às embalagens dos produtos.

“Todas que produzimos aqui são PCR (material reciclado). Entre os importados, elas estão entre 50% e 70%. Tem ainda um produto que lançamos e que é importado da Europa que é o rerefino do óleo, ou seja, dá uma segunda vida para ele.”

Crescimento

A companhia adota estratégias diferentes para países que estão começando a eletrificação e para locais onde isso está mais maduro. A meta é duplicar o faturamento até 2030.

“A Motul vem crescendo e praticamente desde 2015 até 2024 duplicamos a empresa. Nós temos como foco países emergentes como o Brasil, países da América e da África, que são locais em que vai demorar essa eletrificação.”

Mercado de lubrificantes

Hoje, o mercado de lubrificantes movimenta 400 milhões de litros por ano no Brasil (ANP). Para a Motul, ele está dividido de forma equilibrada entre motos e automóveis.

A marca está voltada ao “aftermarketing”, período de pós-venda e fidelização, e com muitas campanhas em oficinas mecânicas.

“O mecânico que conhece o nosso produto recomenda porque conhece a nossa performance.”

Ela promove parcerias com os estabelecimentos e com os seus distribuidores para isso.

Hoje há a chamada ‘Garagem Motul’, que começou em 2022. A partir da iniciativa, as lojas são homologadas e indicadas no site da marca.

Produtos

Atualmente com mais de 400 itens, a Motul tem muitas especificações e viscosidades quando se trata de lubrificantes. No Brasil mais especificamente, por meio da fabrica de São Paulo, são produzidos os principais itens, que são 15.

“Temos uma participação muito boa para carros de prestígio e premium.”

Linha de óleos para motores híbridos

Recentemente, a Motul lançou a NGEN, uma linha de óleos sustentáveis para carros híbridos. Ao todo, são nove produtos já alinhados com as previsões de regulamentações que exigirão o uso de recursos renováveis ou reciclados em diversas indústrias.

Além dos benefícios ecológicos, a nova linha tem como principais diferenciais entregar resultados em áreas como desempenho do óleo, durabilidade, economia de combustível e resposta do motor.

“A linha NGEN reflete o compromisso de longa data da marca de reduzir as emissões de CO2 em até 30% até 2030 e alcançar a neutralidade de carbono antes de 2050”, afirma Rafael Recio, gerente de produtos da Motul.

A linha NGEN Hybrid, por exemplo, utiliza óleo básico de origem orgânica, que reduz o consumo de CO2 em partes do processo, resultando em um produto de menor impacto ambiental em toda a cadeia.