A capa da edição 311, de fevereiro de 2009, época em que mostramos as linhas desta nova Ranger

A Ford apresentou a nova Ranger na Austrália. Para o leitor de MOTOR SHOW, nenhuma surpresa. Há quase dois anos, uma imagem semelhante já estava em nossa capa (reproduzida na página ao lado), com data de chegada. Tratava-se de um carro-conceito, mas trazia as linhas nais do modelo.

Seguindo a estratégia One Ford, a nova picape unifica plataformas com o objetivo de ter produtos iguais em todo o mundo. Esta nova Ranger chegará a 180 países (menos Canadá e EUA, que usam picapes maiores) e será produzida na Ásia (a Tailândia começa a produção no ano que vem), na África do Sul (abastecerá o mercado europeu, em 2012) e – o mais importante – na Argentina (de onde vem a Ranger atual).

A Ford diz que a produção na Argentina será a última a iniciar a fabricação (embora a capacidade da planta já esteja sendo ampliada). Então, ela só deve chegar aqui, como “nacional” (sem Imposto de Importação), em 2013. Antes disso, só se a Ford, a exemplo do que fez a Nissan com a Frontier, importá-la da Tailândia (convivendo com o modelo atual, mais barato) para depois fabricá-la no país vizinho. Não é uma ideia improvável.

Dirigibilidade de carro e bom desempenho no off-road para enfrentar Amarok e cia.

Feita sobre uma plataforma nova, a Ranger cresceu, principalmente na largura e no entre-eixos (3,220 m, a maior do segmento), para car semelhante às picapes mais novas, como Hilux, Frontier e, principalmente, Amarok. É com esta última que a novidade mais parece. Exemplos? O pacote de carro de luxo nas versões top (com vários airbags, por exemplo), a alavanca de câmbio – quando manual – curta como em um carro, os sistemas de controle de tração e estabilidade, o ABS off-road e o bloqueio eletrônico do diferencial.

Além disso, também se assemelha à VW pelo esforço em proporcionar uma dirigibilidade mais próxima possível à de um sedã. Ela tem direção do tipo pinhão e cremalheira e suas suspensões dianteira e traseira foram totalmente repensadas (o que era necessário, considerando – agora bons – 23 cm de vão livre do solo).

A caçamba da cabine dupla tem o mesmo comprimento da Amarok – mas é mais estreita. A cabine pode ser simples, estendida ou dupla (a segunda não deve ser oferecida aqui) e a tração, 4×2 ou 4×4. No powertrain, os turbodiesel Duratorq já usados no Transit (2.2 de 150 cv com quase 40 kgfm ou 3.2 de 200 cv e quase 50 kgfm) e câmbios manual de seis velocidades ou automático, também de seis marchas e com modo esportivo e redução automática quando se pisa no freio.

 

 

Há ainda uma opção 2.5 a gasolina com comando variável que gera 166 cv e torque acima de 23 kgfm. A gasolina, mas também ex: esta unidade já está calibrada para rodar com E100, nosso etanol – o que acabará com a exclusividade da S10 como única picape flex.