Desde que o homem começou a motorizar as carroças, no m do século 19, para que pudesse se locomover mais rápida e confortavelmente, o carro veio evoluindo. Lenta e gradativamente, essa evolução não parou por esses 125 anos. Sistemas mecânicos foram se so sticando e a madeira foi dando espaço para o aço e, posteriormente, para o alumínio e o plástico na construção das carrocerias e de seus interiores. Pois bem, agora no início do século 21 o homem já experimenta outras formas de propulsão que certamente dominarão o futuro. A nova ordem mundial aponta que não basta apenas andar rápido. O carro tem de ser seguro com conforto; andar rápido, consumindo pouco. E o mais importante: poluindo menos o meio ambiente. Diante dessa nova diretriz, a forma de fazer carros tem que mudar radicalmente. O carro do futuro deverá ser totalmente repensado. Desde o processo produtivo, passando pelas matérias-primas e sua obtenção na natureza, tudo é considerado e ponderado pelos fabricantes dessa nova indústria automobilística. Aqueles que insistirem em produzir coisas obsoletas em descompasso com as exigências do meio ambiente estarão fadados ao desaparecimento.

Entre o pequeno i3, abaixo, e o esportivo i8, acima, a BMW garante que existe toda uma linha de produtos ainda em desenvolvimento

A BMW já mostrou ao mundo o que pretende para seu futuro. A marca alemã mostrou em Frankfurt suas estratégias de produto para as próximas décadas e apostou suas chas na eletromobilidade. Uma nova divisão da BMW, batizada de “i”, desenvolverá e produzirá carros elétricos e híbridos plug-in que deverão atender às necessidades de locomoção de um sem-número de consumidores.

No painel dos modelos, o funcionamento do sistema híbrido, as informações do GPS, e a quantidade de energia poupada são mostradas virtualmente em uma tela

ATÉ O TRATAMENTO QUÍMICO DO COURO DOS BANCOS FOI ELIMINADO: A PELE SERÁ CURADA COMO ANTIGAMENTE

Os conceitos apresentados são o puramente elétrico i3, que entrará em produção em 2013, e o superesportivo híbrido plug-in i8, que começará a ser fabricado em 2014. Questionados, os representantes da nova marca deixaram claro que entre o modelo de entrada i3 e o cupê esportivo i8 deverão ser criados os modelos i4, i5, i6 e i7, alguns que ainda estão em estudo e outros em desenvolvimento. Mas o braço “i” da BMW preferiu não detalhar como deverão ser esses futuros modelos, optando por se concentrar na apresentação dos dois extremos de sua nova linha. O mais barato e o mais caro.

Acima, aplicativo desenvolvido para telefone que permite o monitoramento do carro a distância pelo proprietário

Partindo do princípio de que a grande maioria dos veículos elétricos ou híbridos em produção são, na realidade, carros com motores a combustão já existentes que foram adaptados para a locomoção elétrica ou híbrida, os técnicos da “i” acreditam que o novo carro elétrico deve partir do zero. Nada deve ser aproveitado dos carros já existentes, sempre desenvolvidos para propulsão a combustão. Nada de colocar motores elétricos no local dos antigos motores a explosão ou encher o porta-malas ou o assoalho de baterias. O carro ca pesado, com pouca autonomia e baixo desempenho. Por isso, os técnicos começaram a pensar um carro leve, aerodinâmico, prático e muito e ciente. Como cabe a um veículo do século 21.

Assim, só materiais nobres são usados em sua construção, buscando sempre a máxima e ciência. Alumínio no chassi e nas suspensões, resina reforçada com fibra de carbono para a carroceria, motor elétrico desenvolvido pela própria BMW (e não uma unidade vinda de um fornecedor), transmissão de alto rendimento mecânico e por aí vai. Assim nasceram o i3 e o i8.

Abaixo, o chassi do i3. O alumínio “veste” as baterias posicionadas horizontalmente. No i8, abaixo, o motor a combustão ca posicionado na traseira, enquanto a unidade elétrica vai na frente, dando tração a esse eixo

A carroceria do i3 de resina reforçada com fibra de carbono é apoiada sobre os chassis (acima)

O primeiro é um pequeno hatch urbano (3,84 m de comprimento, próximo a um Gol) para quatro passageiros com baterias de íons de lítio e chassi de alumínio com suspensões independentes nas quatro rodas e carroceria confeccionada em uma resina reforçada com fibra de carbono. O carrinho urbano de 170 cv e 26 kgfm de torque tem uma autonomia de até 160 km e acelera de zero a 100 km/h em 7,9 segundos. Para um futuro próximo, os técnicos desenvolvem uma bateria única, que não necessitará de substituição ao longo da vida útil do veículo.

O segundo é um carro mais so sticado. No eixo traseiro, o i8 possui um pequeno motor de combustão de 1,5 litro turbo de 223 cv que se soma aos 130 cv do motor elétrico instalado no eixo dianteiro. Um legítimo tração integral que acelera de zero a 100 km/h em 4,6 segundos e percorre até 37 km com um litro de gasolina. Uma característica BMW que será mantida no i8: a divisão de peso por eixos está muito próxima dos 50%. Um equilíbrio dinâmico incontestável do novo cupê. A BMW anunciou também que até 2025 toda a sua produção se concentrará nos veículos da nova família “i”. Ou seja, os carros movidos unicamente com motores a combustão já estão com seus dias contados. O planeta agradece.