Dentro do processo de se estabelecer comercialmente no País, a chinesa Chery, depois de lançar o Tiggo (um SUV que mira as vendas positivas do Ford EcoSport), apresenta agora o Cielo. O carro será comercializado nas versões sedã e hatch, que, curiosamente, serão oferecidos ao consumidor pelo mesmo preço (leia boxe). Para que se tenha uma ideia do porte do sedã, com 4,35 m, ele tem o comprimento dos antigos Focus e Astra três volumes.

Apesar do design moderno que leva a assinatura do estúdio Pininfarina, o Cielo tem seu maior atrativo no preço: R$ 41.900, com direito a vidros e travas elétricas, direção hidráulica, ar-condicionado, freios com ABS e EBD e airbag duplo, além de uma atraente garantia de três anos e um sistema de assistência técnica que garante socorro no caso de pane.

No interior, percebe-se a mão do estúdio italiano que desenha as Ferrari: re nado e bem-acabado, condizente com um carro do segmento. Em ambas as versões, as maçanetas ficam disfarçadas nas colunas, dando a impressão de que o modelo tem só duas portas (enaltecendo suas linhas esportivas) e é um cupê, como Walter de Silva fez com a Alfa 156, de 1997. Apesar da idade da “ideia” original, o recurso ainda funciona.

Na mecânica, muita sofisticação construtiva, principalmente considerando seu preço: suspensão independente (que o faz contornar curvas muito bem), freios a disco nas quatro rodas com ABS e motor de alumínio. Falando nisso, o quatro cilindros 1.6 16V foi concebido pela Austrian AVL, uma empresa europeia especializada no desenvolvimento de motores. No test-drive em rodovias, no entanto, sentimos falta de potência. Mesmo levando em consideração que se tratava de uma unidade sem o devido amaciamento, a performance mostrou-se aquém das expectativas. Talvez parte dos 119 cavalos tenham morrido na viagem da China para o Brasil – ou seja necessária uma adequação melhor ao nosso combustível.

CIELO HATCH: MESMO PREÇO

Na versão hatch, um pouco mais curta que o três volumes, a mecânica e o preço são os mesmos. O comprimento é de 4,28 m (mais longo que Golf e Stilo, por exemplo). A lista de equipamentos também é bastante generosa, e os alvos são os consumidores de hatches médios, mais caros, e, por que não, de hatches pequenos nas versões mais completas.

O fato é que o assunto deve ser avaliado pela Chery – ou talvez seja preciso verificar minuciosamente o sedã que testamos, que também mostrava engates duros. Potencial para ser um ótimo veículo o Cielo certamente tem, bastam apenas alguns acertos para transformá-lo em um carro competitivo em nosso mercado.

No topo , o interior refinado e bem-acabado, com uma ampla lista de itens de conforto. Abaixo, em sentido horário: espaço para as pernas limitado no banco traseiro, CD com entrada USB, rodas de liga aro 16 e porta-malas não muito generoso, com capacidade para 395 litros sem rebater os bancos