27/06/2025 - 8:00
A Neta Auto tem gerado debates por aí. A marca chegou ao Brasil no final do ano passado com meta de brigar com BYD, GWM e outras chinesas, apostando principalmente na relação custo X benefício de modelos 100% elétricos.
Quando estreou por aqui, já estava “mal das pernas” na China, porém a situação foi se complicando com o tempo: recuperação judicial, investimentos que não foram concretizados, até chegar a fase de falência, decretada pela imprensa chinesa. Mais precisamente, a empresa de televisão estatal CCTV, com divulgação da Reuters.
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Na realidade, essa é uma divisão da Hozon Auto (2014), empresa do ramo automotivo que fundou a Neta Auto em 2019. Ou seja, trata-se de um grupo novo que criou uma marca ainda mais recente, mas que, aparentemente, agora não terá um futuro tão brilhante quanto o esperado.
Ainda assim, a Neta Auto está presente no mercado nacional desde o ano passado, e segue “jurando de pés juntos” que nada será afetado na operação brasileira. Em nota oficial, afirmou que “está atualmente concluindo um processo de reorganização liderado pelo governo chinês, o qual não impactará as atividades internacionais”, complementando que “a produção de veículos será retomada em breve, e o mercado brasileiro continuará sendo abastecido com novas unidades ainda em 2025”.
As fábricas da Neta Auto na China não produzem nenhuma unidade nova desde fevereiro de 2025, de acordo com levantamento da consultoria Marklines. Ainda assim, conta com estoque de mais de 700 unidades no porto de Cariacica, no Espírito Santo, esperando para serem vendidas. Vendas, aliás, é um assunto complicado para a marca chinesa, que não chegou a emplacar nem 50 carros no Brasil em 2025, pelos dados da ABVE (Associação Brasileira de Veículos Elétricos).
Pudera, são apenas duas concessionárias em operação (Novos Tempos em Juazeiro-BA e Potenza no Rio de Janeiro-RJ), de acordo com seu site comercial, e, dos três modelos prometidos, apenas dois estão de fato à venda: o Aya e o X. Saiba mais sobre esses dois únicos carros da marca disponíveis no mercado nacional:
Neta Aya
Hatch com teto altinho que sugere uma pinta de SUV compacto, o Aya é menor que um Fiat Pulse: 4,07 m de comprimento, 1,69 m de largura e 1,54 m de altura. Chama a atenção o limitado entre-eixos de apenas 2,42 m, igual ao de um Renault Kwid, e os enormes balanços dianteiro/traseiro. No porta-malas vão 335 litros.
Por aqui, duas versões: Comfort de R$ 125 mil e Luxury de R$ 135 mil, as duas com capacidade para quatro passageiros e um só motor elétrico dianteiro: 95 cv de potência e 15,3 mkgf de torque imediato, permitindo aceleração de 0 a 100 km/h em 12 segundos, segundo dados oficiais. As baterias de 40,7 kWh de capacidade permitem alcance de até 263 km pelo PBEV do INMETRO.
Como destaques de série, faróis e lanternas em LED, sensores de chuva e crepuscular, bancos e volante revestidos em couro sintético, banco do motorista com regulagem de altura, carregador de celular sem fio, controle eletrônico de descidas, sensores de estacionamento traseiros, câmera de ré, ar-condicionado automático digital, chave presencial, multimídia de 14”, piloto automático e rodas de liga aro 16. A versão Luxury soma alguns assistentes de condução (ADAS).
Neta X
O X é o carro mais “antigo” da Neta, surgindo junto com a marca lá em 2019, e tem porte médio. Mede 4,62 m de comprimento, 1,86 m de largura e 1,63 m de altura, com 2,77 m de entre-eixos e 508 litros de porta-malas, números próximos dos de um Audi Q5 Sportback. No mercado brasileiro, três versões: 400 de R$ 195 mil, 500 Comfort de R$ 205 mil e 500 Luxury de R$ 215 mil.
Em todas elas, gera 163 cv de potência com torque máximo de 21,4 mkgf, permitindo que o X demore 9,5 segundos para ir de 0 a 100 km/h, atingindo os 150 km/h de velocidade máxima. As duas primeiras versões têm 52,5 kWh de capacidade das baterias (258 km de alcance pelo INMETRO), enquanto a mais cara oferece 64 kWh (317 km de autonomia pelo INMETRO).
Teto-solar panorâmico, retrovisores externos rebatíveis, sensores de chuva e crepuscular, sensores de estacionamento traseiros, bancos dianteiros elétricos e com aquecimento, ar-condicionado automático digital dual zone com saídas traseiras, 6 airbags, câmera 360º, painel de instrumentos digital, multimídia de 15,6”, rodas de liga-leve aro 18, entre outros, estão na versão mais simples. A mais cara adiciona tampa do porta-malas elétrica, carregador de celular sem fio, além de pacote ADAS.
Segundo a Neta, a garantia dos dois modelos é de cinco anos ou 150 mil km para o veículo, ou 8 anos/180 mil km para as baterias de tração, e a paleta de cores, tanto da carroceria quanto da cabine, é diversificada nos dois modelos. O difícil é alguém encarar as promessas de que “vai ficar tudo bem”, divulgadas pela marca no Brasil…
