Ao que tudo indica, segundo apurações da MOTOR SHOW, a Neta Auto do Brasil está com os dias contados. Depois de enfrentar um longo e doloroso processo de falência na China, e com vendas pífias no Brasil (59 unidades em 2025, de acordo com a ABVE), a marca agora opera por aqui só com uma concessionária, e tem livrado seu enorme estoque de 700 carros em outros mercados vizinhos. Ainda restam cerca de 300.  

De qualquer forma, caso encerre de fato suas operações no Brasil, tal qual o caminho que têm seguido a matriz chinesa, a Neta Auto não será a primeira, e nem a última, fabricante de carros estrangeira que encerrou as atividades após marcar presença no mercado nacional. Relembre algumas outras.

Linha Neta Auto Brasil – Foto: Neta/divulgação

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Lifan 

Lifan X60 – Foto: Lifan/divulgação

Outra chinesa, a Lifan passou por um caminho parecido com o da Neta Auto. Por conta da falta de investimentos e má administração da matriz, acabou pedindo falência em meados de 2020, devendo bilhões. A marca estava presente no Brasil desde 2010, com o 320 (clássica cópia do Mini Cooper), o sedan 620, o SUV X60, além de modelos mais recentes como 530 e o SUVzão X80, este último outro fiasco de vendas.  

Lifan X80 – Foto: divulgação/Rafael Munhoz

Na ocasião que pediu falência na China, eles não fabricavam mais carros por lá, o que fez os estoques nacionais zerarem. Sem carros para vender, claro que as operações nacionais logo chegaram ao fim. A linha de montagem no Uruguai, de onde vinham as unidades oferecidas por aqui, até que durou, mas chegou ao fim em 2021. Após ajuda da Geely, renasceu como Livan, mas logo tornou-se apenas uma linha de modelos elétricos da primeira.  

Rely 

Rely Pickup – Foto: Divulgação

Integrante do Grupo Chery, a Rely surgiu no Brasil no início dos anos 2010 com pequenos veículos comerciais, como a vanzinha Link ou a picapinha Pickup (bem criativo, não?). Enquanto isso, na China, já rolavam problemas quanto as baixas vendas, prejuízos em sequência e baixa adesão da marca no mercado. Por lá eles também vendiam SUVs e peruas, todos com sucesso aquém do esperado.  

Rely Link – Foto: Rely/divulgação

Não demorou para sua presença sucumbir no Brasil, também. Os pequenos carrinhos comerciais e seus donos ficaram órfãos, e logo não existia mais Rely por aqui. Assim como a Lifan, ela também renasceu recentemente dentro do Grupo Chery, focando em modelos eletrificados, numa segunda aposta em cima da marca chinesa. Mas, claro, sem planos de voltar ao Brasil.  

Asia Motors 

Asia Towner Furgão – Foto: Asia/divulgação

Quem não lembra das Towner e das Topic, clássicas do transporte escolar, lotações de passageiros, entregas de botijão de gás, ou mesmo barraquinhas de cachorro quente? Esses foram dois modelos vendidos pela coreana Asia Motors no Brasil, junto de um microônibus (AM-825), um jipe (Rocsta) e até um SUV com base no Mitsubishi Pajero (Galloper), todos entre 1993 e 1999.  

Asia Galloper – Foto: Asia/divulgação

A Asia Motors, na realidade, era um braço da Kia desde 1976, mas aqui tinha operação separada da outra marca coreana. Após promessas infundadas de fábricas em diferentes estados (cada hora estavam negociando com um), isenções fiscais sob promessa de produção nacional (que nunca ocorreu) e outros vários problemas fiscais, encerraram suas operações no finalzinho da década, devendo bastante ao governo brasileiro.  

Asia Topic – Foto: Asia/divulgação

Na Coreia, como a Kia Motors passava por sérias crises financeiras, acabou sendo unida à Hyundai em 1998. Como o objetivo era acertar as contas e colocar as dívidas no zero, acabaram extinguindo a Asia Motors em 2000, como marca e como empresa. Na ocasião, não existia mais Asia Motors no Brasil. 

Daewoo 

Daewoo Espero – Foto: Daewoo/divulgação

Outra coreana: a Daewoo Motors vendeu alguns modelos pequenos e médios no Brasil entre os anos 1990 e comecinho dos anos 2000. Parte deles, inclusive, tinha componentes compartilhados com carros da Chevrolet, já que as duas marcas tinham parcerias mundo afora. A Daewoo foi outra que penou com a crise da Coréia do Sul no final dos anos 1990, também por conta de má gestão e carros pouco rentáveis.  

Daewoo Lanos Hatch – Foto: Daewoo/divulgação

Em 1999, pediu falência devendo, na época, o equivalente a 50 bilhões de Dólares. A GM, sua parceira, acabou adquirindo suas operações em 2002, mais ou menos na época da sua saída do Brasil. Ao longo dos anos, foi tendo seus modelos tirados de linha, enquanto outros tornavam-se produtos da Chevrolet, Holden e de outras marcas do Grupo GM. A Daewoo foi oficialmente extinta em 2011, e desde então não tem nem planos para voltar ao mundo.