15/07/2025 - 9:20
A Nissan pretende fechar sua fábrica principal em Oppama, no Japão, para cortar custos e transferir toda a sua produção para outra fábrica no sudoeste do Japão.
A produção de veículos na fábrica de Oppama, na província de Kanagawa, ao sul de Tóquio, terminará no final do ano fiscal de 2027, em março de 2028, informou a montadora japonesa nesta terça-feira, 15.
Depois disso, todos os modelos fabricados ou programados para produção em Oppama serão fabricados na Nissan Motor Kyushu, na província de Fukuoka.
A fábrica de Oppama tem sido um símbolo valioso para a Nissan Motor Corp., que lançou seu carro elétrico Leaf lá em 2010, à frente de grandes concorrentes.
O presidente-executivo Ivan Espinosa, que assumiu o cargo em abril, disse que a decisão foi extremamente difícil, chamando a fábrica de Oppama de “um ícone para a Nissan”.
Ele prometeu que os funcionários serão tratados de forma justa e responsável, com ofertas de transferência para outras unidades ou outros trabalhos na área em consulta com o sindicato. A fábrica agora emprega 2.400 pessoas.
“Acredito que seja um passo vital para superar nossos desafios atuais e construir um futuro sustentável”, disse ele.
“O mundo está mudando a cada minuto”, disse ele a repórteres em uma coletiva de imprensa convocada às pressas na sede da Nissan em Yokohama.
Espinosa disse que a empresa estava em negociações sobre a possibilidade de vender o terreno da fábrica ou usá-lo para outra finalidade. Ele não quis dar detalhes. Mesmo que um comprador não seja encontrado, a decisão de encerrar a produção não mudará, acrescentou.
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Por que a fábrica foi fechada?
O fechamento da fábrica era esperado, já que a fabricante dos modelos de luxo Infiniti e do subcompacto March disse repetidamente que está reestruturando suas operações para aumentar sua lucratividade, inclusive consolidando locais de produção.
A Nissan afirma que as políticas tarifárias do presidente Donald Trump prejudicaram seus resultados financeiros. No início deste ano, a Nissan anunciou que cortaria cerca de 15% de sua força de trabalho global, ou cerca de 20.000 funcionários, o que incluiria uma redução de 9.000 funcionários anunciada no final do ano passado, inclusive na China.
A empresa vem acumulando prejuízos, prejudicada pela queda nas vendas de veículos na China e em outros lugares, pelos enormes custos de reestruturação e pelo aumento dos estoques.
No início deste ano, a Nissan disse que estava reduzindo o número de suas fábricas de automóveis de 17 para 10, para “criar um negócio mais enxuto e resiliente”.
Na ocasião, a empresa não informou quais fábricas seriam fechadas, mas confirmou que os fechamentos incluirão fábricas no Japão. A empresa também está reduzindo a capacidade de produção de 3,5 milhões para 2,5 milhões de unidades. O último anúncio conclui o fechamento da produção no Japão, de acordo com Espinosa.
A Nissan acumulou um prejuízo de 670,9 bilhões de ienes (US$ 4,5 bilhões) no ano fiscal encerrado em março, abaixo do lucro de 426,6 bilhões de ienes registrado no ano fiscal anterior. Espinosa substituiu Makoto Uchida, que renunciou para assumir a responsabilidade pelos resultados instáveis.
