01/10/2025 - 6:00
A Volkswagen confirmou oficialmente que já trabalha na próxima geração da Amarok. A atual picape, que ainda utiliza a base da primeira versão lançada há mais de uma década, deve seguir em linha até 2027. Só então estreia a nova Amarok, prometida como um projeto completamente renovado.
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Essa novidade vem em sintonia com os recentes anúncios de investimento da marca na Argentina: entre 2025 e 2029, serão injetados US$ 580 milhões na operação local, que há 15 anos fabrica a caminhonete.

Apesar do discurso de renovação, tudo indica que a nova Amarok não será totalmente inédita. Apurações da AutoEsporte revelam que a picape terá parentesco direto com um modelo da Maxus, divisão da chinesa SAIC, parceira da Volkswagen em outros mercados. Cogitou-se, num primeiro momento, que a base fosse a Maxus T90, mas esse projeto, lançado em 2016, já é considerado ultrapassado para dar origem a um veículo moderno.

Como é a Maxus Terron, irmã da futura Amarok?
Quem parece ocupar esse papel é a recém-apresentada Maxus Terron (também chamada de Starcraft X ou Interestellar X). Lançada no final de 2024, a caminhonete impressiona pelas proporções avantajadas e por sua concepção “semi-monobloco”, que une cabine e caçamba em uma só peça, mas sem abrir mão do tradicional chassi em longarinas.

O desenho da Amarok 2027, assinado por José Carlos Pavone, da Volkswagen, praticamente escancara a inspiração: linhas das janelas, ângulos das colunas, formato dos paralamas e até a posição de maçanetas e retrovisores são muito semelhantes às da Terron.

O porte da Volks deve se assemelhar ao da Maxus: são 5,50 m de comprimento, 2,00 m de largura e 3,30 m de entre-eixos – medidas que superam até mesmo rivais já grandes, como BYD Shark, Ford Ranger e Chevrolet S10. A altura gira em torno de 1,85 m, e a capacidade de carga se aproxima de 1 tonelada.

A caçamba, de 1.200 litros, é menor que a da Amarok atual. Mas há um truque: com o encosto traseiro rebatido, o espaço de carga se expande para até 3.000 litros, formando um compartimento único com 2,60 m de comprimento por 1,60 m de largura, segundo o site Car News China.

Motorização da Maxus
No mercado chinês, a Terron pode ser encontrada com motor turbodiesel, opções híbridas e até versão 100% elétrica. Essa variedade deve influenciar diretamente a gama de motores da nova Amarok, que poderá adotar versões eletrificadas.

Por enquanto, o destaque da Maxus fica para o 2.5 turbodiesel de quatro cilindros, capaz de entregar cerca de 225 cv e 53 mkgf de torque, ligado a um câmbio automático de oito marchas da ZF. A suspensão dianteira é independente, do tipo duplo A, enquanto a traseira usa feixes de mola – exceto na elétrica, que adota multibraço independente.
Moderna

Além das soluções mecânicas, a Terron se diferencia pelo pacote tecnológico. As versões mais caras oferecem assistentes de condução de última geração, como estacionamento semiautônomo que funciona até com reboques, além de multimídia com grandes telas, painel digital completo, seletor de modos de terreno e carregador de celular por indução. Boa parte desse conteúdo pode migrar para a nova Amarok sul-americana, vale dizer.

Na Europa, a situação é diferente: por lá, a nova Amarok já existe e compartilha plataforma, motores e tecnologias com a Ford Ranger de última geração. A versão que terá ligação com a Maxus, portanto, será exclusiva de mercados emergentes, como América do Sul e América Central.
No aguardo da Nova Amarok…

O anúncio da nova geração também chega em ano de comemorações para a Volks na região: a fábrica de General Pacheco comemorou 15 anos de produção da Amarok esse ano, e já ultrapassou as 770 mil unidades. “A nova picape estabelecerá um novo marco no segmento, combinando desempenho, inovação e sustentabilidade”, declarou Alexander Seitz, executivo da Volkswagen para a América do Sul.