O C3 cresceu e apareceu. O carro de maior sucesso da Citroën nos últimos tempos, com mais de dois milhões de unidades vendidas em todo o mundo, está nove centímetros maior, cou mais re nado e já desponta, na Europa, como uma ameaça até para modelos de categorias superiores. Internamente, os assentos caram bem mais amplos e longos para garantir conforto às pernas. Com bancos que cam distantes 33 cm do assoalho, o motorista tem uma posição de dirigir bastante privilegiada, que sem dúvida favorece a visibilidade e a sensação de domínio sobre a estrada.

Impressiona o console central, com uma espécie de máscara metálica no alto, onde cam as saídas de ar e a tela multimídia, que se estende em um acabamento preto brilhante para acomodar os comandos de climatização e rádio. Muito bonito. Os instrumentos foram revistos e estão mais re nados e legíveis que os da geração anterior.

A qualidade dos materiais deu um salto. Nada do que se pode tocar no C3 sugere um acabamento econômico. É verdade que estamos a bordo de uma versão Exclusive, a mais refinada, mas também as mais baratas (Ideal e Perfect) não fazem feio. Se a posição do motorista é cômoda, a do passageiro dianteiro não ca atrás.

Tem muito espaço, graças ao desenho côncavo do painel. Feitos os devidos ajustes de volante e do assento, vamos experimentar o primeiro motor: trata-se do 1.6 diesel de 90 cv, projetado para baixo consumo. Em percurso misto, conseguimos obter a ótima média de 18 km/l. Rumoroso em marcha lenta, o propulsor ca mais silencioso quando o carro começa a rodar e se torna imperceptível em estradas.

O mesmo não se pode dizer da rolagem dos pneus, que apresenta um ruído persistente. A alavanca de câmbio, apesar do curso curto, não garante agilidade nas trocas – mas o bom torque do motor (22 kgfm) minimiza o problema.

Para quem prefere gasolina (ou, no caso do Brasil, não tem escolha), a oferta mais interessante é o 1.6 16V VTI de 120 cv, vendido na versão Perfect, com rodas aro 17. O acerto não é de esportivo, mas a dirigibilidade é vivaz e o comportamento é seguro nas curvas.

Com pneus mais baixos, as oscilações do piso são repassadas ao habitáculo, mas, em geral, há equilíbrio entre conforto e dinâmica. Vale destacar seu diâmetro de esterço reduzido e a consequente facilidade de manobra, elogiável. Fora esses dois motores, o novo C3 tem unidades a gasolina 1.1 (60 cv) e 1.4 (75 cv), além de outras opções a diesel. O C3 brasileiro deve adotar só o design do europeu, como a Peugeot fez com nosso 207 nacional.

Tanto o painel quanto o volante, à esquerda, foram totalmente refeitos, com novo desenho, mas sem abandonar a usual ousadia da marca no design e a boa habitabilidade, já característica da marca francesa