Depois de três anos sem ser vendido no Brasil, a Mitsubishi volta a comercializar por aqui o Lancer Evolution, desta vez com planos mais ambiciosos. “Temos uma imagem muito ligada ao off-road e pretendemos trabalhar mais o segmento de carros de passeio”, diz Reinaldo Muratori, diretor de planejamento da Mitsubishi do Brasil. “Não há carro melhor do que o Lancer para inaugurar esta nova fase”, conclui o executivo. Por enquanto, só a versão mais apimentada será vendida; porém, de acordo com o executivo, a intenção é trazer outras até o próximo ano (com preço estimado a partir de R$ 80 mil), e começar a produzi-lo na planta de Catalão (GO) a partir de 2012.

A cara de “poucos amigos” do sedã esportivo anuncia seu temperamento bastante agressivo. O surpreendente motor quatro cilindros 2.0 16V, turbo com intercooler, desenvolve 295 cv de potência e nada menos do que 37,3 kgfm de torque máximo. Escolha um bom trecho de reta, afunde o pé direito no pedal do acelerador e veja o que esses dados significam na prática. Você cola as costas no banco e não consegue desgrudá-las até parar de acelerar.

Para domar essa fúria, o veículo possui um conjunto tecnológico à altura. O câmbio automatizado de dupla embreagem naturalmente já proporciona engates muito rápidos. Mesmo assim, além da configuração Drive e da opção de trocas pelas borboletas no volante, ainda há outras duas configurações: a Sport e a Super-sport. Para se ter ideia, no modo Super-sport, mesmo esticando as marchas às 7.000 rpm, o motorista ainda é surpreendido por solavancos a cada troca. As reduções também são eficientes, feitas de maneira que o motor permaneça cheio, como se o motorista tivesse feito o punta-taco (acelerar entre uma marcha e outra).

Duplo escape e aerofólio reforçam o visual esportivo

No contorno das curvas, a estabilidade impressiona. Esse desempenho é fruto da atuação do sistema eletrônico S-AWC, que possibilita a atuação do diferencial central ativo ACD, do controle de estabilidade ASC, do ABS esportivo e do controle de aceleração lateral de maneira independente em cada roda. Com todos esses sistemas, não há mais o que utilizar para otimizar a estabilidade em qualquer terreno. Certo? Errado! A tração integral ainda oferece três modos de operação, um para asfalto, outro para terra ou cascalho e o último para neve.

Não é nenhum exagero dizer que o Lancer é um carro de competição vendido para uso “civil”. Não são poucos os componentes vindos das pistas. O jogo de amortecedores Bilstein com braços de alumínio e as molas Eibach são prova disso.

Os famosos freios Brembo também comprovam a tese, assim como o capô, o teto e o para-lama dianteiro, feitos em alumínio. Outra característica que prova a proximidade com as competições é a rapidez de resposta de sua direção. “Dando apenas uma volta e meia você já chega ao limite de esterço”, explica o engenheiro da Mitsubishi Fabio Maggion. Por essas e outras é que a marca está desenvolvendo uma versão do carro para a futura Copa Lancer. Segundo o engenheiro, o que diferencia o carro de competição é o acerto de suspensão, os pneus slick e os santantônios internos.

O Lancer começa a ser vendido no Brasil a partir de julho e custará R$ 199.900 – um valor que o coloca na linha de frente para brigar com outros esportivos com tração integral, como o Subaru WRX STI e o Audi S3, ou mesmo com tração traseira, como os BMW 130i e 135i.

No alto, o botão que desativa o controle de estabilidade (ASC) e o que ativa o sistema de auxílio à partida (AFS). Acima, a borboleta para as trocas sequenciais das seis marchas

O motor 2.0 turbo garante uma potência próxima dos 300 cavalos e um torque de 37,3 kgfm a 3.500 rpm. O resultado disso é uma aceleração de zero a 100 km/h em 6s3 e a máxima de 242 km/h com a gasolina Podium recomendada