[Atenção: reportagem com projeções por computador publicada na MOTOR SHOW do início de setembro antes da apresentação oficial do carro no Salão de Frankfurt em 15/09. Confira aqui como ficou a nova geração e aqui a confirmação oficial de sua produção no México]

A nova geração do Tiguan chega às concessionárias europeias em abril de 2016, e logo depois ao Brasil. A melhor notícia é que o crossover passará a ser fabricado também no México, o que fará com que seus preços no Brasil veltem a ficar próximos da faixa de R$ 100.000 (hoje parte de R$ 129.920). Já em relação ao carro em si, o que já conseguimos descobrir com nossas fontes é que esse novo Tiguan será mais tigre e menos iguana.

Isso porque o crossover, que nasceu em 2007 com um nome estranho, mistura do felino com o réptil, sofrerá uma metamorfose: sua segunda geração vai mostrar as garras. Construído sobre a plataforma MQB, ele ”será mais dinâmico, leve e ágil”. Ou seja, bem mais esportivo e divertido de guiar. Guardadas as diferenças devido à sua carroceria mais alta e a seu maior vão livre do solo, dá para esperar uma dinâmica próxima à do Golf atual – o que, para o Tiguan, representará uma grande evolução.

Divulgação
O Tiguan II, aqui em nossa projeção, vai acentuar o lado SUV do crossover, reproduzindo algumas características do Touareg; o teto é mais baixo e a lateral transmite a sensação de movimento, com uma terceira janela estilo BMW (Ilustração: Quattroruote)

Se, como é de se esperar, a posição de guiar abandonar o “efeito furgão” imposto pela coluna de direção inclinada (motivo de queixas dos consumidores), o crossover terá tudo para manter, e até superar, o sucesso da primeira geração (leia quadro ao final da reportagem) – até porque, se o preço cair mesmo, o volume no Brasil deve crescer expressivamente. Estilisticamente, o Tiguan também ganhará grandes mudanças. A nova geração será maior – de 8 a 10 cm extras no comprimento – e mais baixa, além de ter seus balanços encurtados.

Em suma, fará questão de transmitir visualmente o aumento de agressividade. Uma versão a diesel de 240 cv poderá surgir no mercado europeu (o motor do novo Passat), enquanto os demais modelos a gasolina terão potências entre 150 cv (com o 1.4 turbo flex de injeção direta que será feito no Brasil e compartilhado com Golf e Jetta) e 211 cv (com o 2.0 atual). A adoção da plataforma MQB envolverá uma dieta radical que, de acordo com as versões, reduzirá o peso em até 100 kg, com consequente melhoria no desempenho e redução de consumo.

Além disso, a maior rigidez torcional da carroceria, que ajuda na agilidade e na dirigibilidade, também permite um acerto das suspensões com melhor compromisso entre conforto e controle dinâmico. A flexibilidade da arquitetura MQB torna mais fáceis as alterações dimensionais e, portanto, o enriquecimento da gama com variantes bastante diversificadas: em 2017, chega a versão de sete lugares, com entre-eixos mais longo. Foi altamente especulada também a criação de uma versão cupê, “inspirada” no BMW X4, mas nossas fontes dizem que esse projeto foi congelado. Um híbrido ainda está em estudo, mas seu desenvolvimento vai depender dos incentivos governamentais e das peculiaridades de cada mercado.

Quatro razões pelas quais ele será melhor que hoje

1- Ele ficará mais esportivo e divertido de guiar
Parte das virtudes virá da plataforma MQB, do Golf. A maior rigidez da carroceria e as suspensões MacPherson na dianteira e multilink na traseira contribuem para a dinâmica. Pode-se mudar a carga dos amortecedores com o controle de chassi.

2- Terá um design convincente, com melhores proporções
Mais largo, mais longo e alguns centímetros mais baixo, o novo Tiguan vai ficar mais musculoso para tentar apagar a imagem de “alto e apertado” que penaliza um pouco o modelo atual.

3- Mais ágil, ele será também mais econômico
A redução total de peso (que pode chegar a 100 kg) e a nova aerodinâmica devem contribuir para reduzir o consumo e as emissões de CO2 – hoje não muito bons.

4- Ele terá opção de sete lugares com entre-eixos alongado
Alguns mercados ganharão uma versão para famílias maiores, graças à flexibilidade da nova plataforma.

—–

Uma ascensão surpreendente

As vendais globais do Volkswagen Tiguan nunca pararam de crescer, com exceção de uma pequena estagnada em 2009. Normalmente, um modelo atinge seu pico de vendas nos dois primeiros anos, e aí se estabiliza, sofre uma pequena alta com um facelift e, finalmente, entra em uma curva descendente até o fim do ciclo de vida. A curva do Tiguan, porém, sempre cresceu, ajudado pela moda de SUVs/crossovers, que não conhece crise. Globalmente, o Tiguan está hoje atrás apenas do Honda CR-V, do Toyota RAV4, do Ford Kuga e do Hyundai ix35.

2_ms389_Tiguan_3