Conseguir comprar um produto ou serviço em promoção, com um preço menor que o normal, é algo que costumamos achar bom, certo? Porém, algumas vezes, chegamos em casa e vemos que acabamos comprando por impulso, e que aquilo que adquirimos não era mesmo necessário – ou, então, que se tratou de uma “economia porca”, comprando algo que não serve exatamente para o que queremos. Com o seguro de automóveis, isso também pode acontecer: pensando apenas no preço, podemos adquirir uma apólice que – justamente na hora que mais precisarmos dela – não irá nos atender.

“Ao adquirir o seguro, para evitar problemas, o ideal é fazê-lo por meio de um corretor de con ança, que vá passar algumas propostas, detalhando todos os serviços que podem ser adquiridos e o preço de cada serviço extra”, a rma Laur Diuri, diretor executivo de sinistros da Allianz Seguros. O problema não é o seguro ser barato, e sim o consumidor não saber que alguns serviços extras poderiam ter sido adquiridos – muitas vezes sem grande aumento no preço – para evitar dores de cabeça com problemas futuros. Para comprovar isso, cotamos (em uma seguradora escolhida aleatoriamente) o preço de uma apólice, de um carro popular, com um per l especí co, mas com con gurações diferentes. A primeira foi a mais simples, com o mínimo de serviços possível; a segunda, intermediária – acrescentamos 15 dias de carro reserva e cobertura de responsabilidade civil a terceiros de até R$ 50 mil –; e, na completa, foram acrescentados limite de até R$ 100 mil contra terceiros, franquia reduzida, seguro de faróis, lanternas e retrovisores, e ainda 30 dias de carro reserva. Resultado: o preço sofreu um aumento de 4%, da apólice básica para a intermediária, e de 15% entre a intermediária e a completa (comparando a cobertura completa com a básica, são 19,6% a mais).

Ana Paula Pennachi causou um acidente, mas, graças à boa apólice, não precisou pagar nada – nem mesmo a franquia

São diferenças pequenas, que justificam o investimento extra – pois, como comprovamos com essa simulação, o aumento de preço não ocorre na mesma proporção que a melhoria das coberturas. Ou seja, você paga um pouco mais e tem uma apólice muito melhor. Ana Paula Pennacchi, que adquiriu recentemente um Kia Picanto, não hesitou em pedir a cobertura de responsabilidade civil a terceiros. Ela explica: “Como estudante de direito, sei a dor de cabeça que teria se tivesse que pagar do meu bolso no caso de eu bater no carro de outra pessoa”. E não é que ela acaba de bater o carro em um Focus, que sofreu perda total? Mas a seguradora resolveu tudo. “Assim que soube o que aconteceu, acionei o seguro e eles cobriram tudo. Não tive que pagar nem a franquia”, conclui.

O gerente de pessoas físicas da AD Corretora de Seguros, Sidnei Berlanga, aconselha quem está pensando em adquirir um seguro a “prestar muita atenção na apólice e veri car o percentual do valor da tabela Fipe que será pago em caso de roubo ou perda total, o preço da franquia, a cobertura para terceiros, quais serviços 24 horas estão incluídos, e, ainda, se há carro reserva ou limites para o uso de guincho ou acionamento desses serviços”. Bem-informado, o consumidor evita qualquer surpresa desagradável. Portanto, pesquise bem antes de fechar negócio – nesse caso, pode valer a pena pagar mais!