Do momento em que deixei a minha casa em São Paulo até resgatar as malas no aeroporto de Nice, na França, foram 20 horas. Mas a espera valeu. Lá, me aguardava um R8 Spyder, versão conversível do superesportivo da Audi. Dada a partida, o barulho do V10 de 525 cavalos chama logo a atenção de quem passa por perto. Pelos arredores da cidade, rodei mais de 200 km com este Spyder.

Nice é um paraíso onde milionários europeus e asiáticos passam suas férias de verão. Mesmo em um lugar onde todos estão acostumados a ver pela orla marítima Ferrari, Porsche e Lamborghini, o R8 Spyder chamava muito a atenção. Não havia um só passageiro que estivesse entrando ou saindo do aeroporto que não desse uma “paradinha” para admirar o conversível de linhas agressivas.

Para ainda mais glamour e exclusividade, o R8 Spyder só vem com motorização 5.2 V10 e tração integral, que fazem dele um verdadeiro carro de corrida, capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em ín mos 4,1 segundos e atingir 313 km/h.

O interior, com posição de dirigir baixa, painel envolvente e volante com base achatada, convida o motorista a acelerar

Os faróis de LEDs, quando acesos, mesmo de dia, deixam o Spyder ainda mais agressivo e fazem rapidamente o motorista da frente abrir passagem. O maior problema em andar com um carro deste pela cidade francesa é justamente o trânsito. Com ruas pequenas e apertadas, o único jeito de circular era quase em comboio, o que me deixava apreensivo, louco para acelerar. Mas quando peguei a estrada é que vi como ele é mesmo um supresportivo. De tocada rápida, ele vai ultrapassando os outros motoristas um a um, como se estivessem parados. A carroceria de alumínio e fibra de carbono pesa apenas 216 kg, 6 kg a mais que a versão cupê, por causa da tecnologia Audi Space Frame. Nas curvas, ele voa baixo com segurança, graças à tração integral e ao centro de gravidade baixo.

Acima, o porta-objetos entre os bancos dianteiros, feito para guardar e conectar seu iPod. Abaixo, a alavanca do câmbio automatizado, que permite trocas também por borboletas junto ao volante

São duas opções de transmissão, mas a que vem para o Brasil será a manual automatizada de seis velocidades, claro que com opção sequencial – com trocas por borboletas atrás do volante.

Internamente, ele é igual ao cupê, com muito alumínio e bra de carbono pelo console. Na tela de navegação no painel é possível ajustar todos os comandos de conforto do carro, como os 12 altofalantes, que, como opcional, podem ser da dinamarquesa Bang & Olufsen.

A maior diferença externa em relação ao cupê é que o motor fica “escondido”. Nesta versão conversível, a marca teve que tirar o vidro que exibia o motor central

O R8 Spyder chega ao Brasil no segundo semestre deste ano e não tem ainda preço de nido – mesmo assim, a Audi garante que já tem duas unidades vendidas. Mas, fazendo as contas com base no mercado europeu, deve custar cerca de 30% mais do que a versão cupê, o que o fará chegar perto dos R$ 900 mil. O cliente que comprá-lo só não pode esquecer de levar junto protetor solar. E preparar bem o coração.

O defletor de vento, abaixo, evita que a turbulência seja excessiva quando se anda ápido com a capota aberta