Surgido do mesmo projeto do Chevrolet Chevette brasileiro, o Opel K 180 feito na Argentina foi o primeiro modelo compacto feito pela General Motors no país vizinho. E seria praticamente idêntico ao carro feito em São José dos Campos (SP), não fosse pela decisão dos argentinos de colocar no modelo um motor único, transformando o K 180 numa versão de fábrica dos “Chepala” (os Chevette com motor de Opala) montados por muita gente no Brasil.

Assim como o alemão Opel Kadett C e o Chevette, o K 180 argentino era uma das variações do “Carro T”, primeiro projeto de automóvel mundial desenvolvido pela General Motors. Em comum, eles tinham a carroceria e diversos elementos mecânicos, se diferenciando em detalhes de estilo e acabamento. Sob o capo desses carros, estava previsto o uso de novos motores desenvolvidos pela japonesa Isuzu. Mas os argentinos adotaram uma solução própria e mais econômica para o K 180: retiraram dois cilindros de um seis-em-linha que era feito desde os anos 1960 no país (da mesma família do propulsor usado por aqui no Chevrolet Opala) para obter um motor 1.8 de quatro cilindros, que foi adaptado para se encaixar ao mesmo câmbio manual de quatro marchas do restante dos “Carros T”.

Apesar de tecnologicamente mais antigo do que o propulsor da Isuzu, o 1.8 argentino desenvolvia bons 86 cv de potência e garantia bons números de desempenho ao K 180 (para a época): velocidade máxima de 150 km/h e 0-100 km/h em 16,8 segundos, conforme aponta um teste feito pela revista argentina Corsa em outubro de 1975. Equipado com o motor 1.4 da Isuzu, os primeiros Chevette brasileiros desenvolviam 68 cv e atingiam apenas 140 km/h de velocidade máxima.

O Opel K 180 foi produzido somente na carroceria sedã de quatro portas. Mas isso não impediu que a General Motors desenvolvesse a versão esportivada Rally (com para-choques pretos, faróis auxiliares e conta-giros no painel), que se somava às versões básica e LX (mais luxuosa). Entre 1974 e 1978, foram produzidas 23.009 unidades do modelo, cuja produção foi interrompida com o fechamento da primeira fábrica da empresa na Argentina. Dois anos depois, os argentinos passariam a receber o Chevette importado do Brasil.

Além da Argentina, o Uruguai também produziu uma versão própria do “Carro T”. Com o nome de Grumett, utilizava a mecânica do Chevette e curiosas carrocerias feitas em fibra de vidro (leia mais aqui).

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