A indiana Tata está trabalhando em um carro supersecreto, inovador no uso de materiais e na tecnologia de produção. Ele é tão secreto que a marca decidiu na última hora não apresentar, no Salão de Genebra deste ano, o carro-conceito que lhe dará origem – para não dar ideias aos concorrentes. Outra interpretação é que a desistência está ligada a uma questão econômica: após o fracasso do Nano, o carro mais barato do mundo, as coisas não vão bem na Tata, e a prioridade é fortalecer a gama atual. Assim, fica claro que esse novo carro é estratégico para o futuro do fabricante. Os primeiros rumores do projeto saíram no jornal The Economic Times of India, sem fotos. Aqui mostramos a primeira carroceria que deve surgir do projeto – um carro global, com potencial para ser vendido inclusive no Brasil.

Por trás desse veículo inovador estão as mãos de Marcello Gandini, pai do famoso Lamborghini Miura. Ele não foi encontrado para comentar o assunto, mas, segundo fontes confiáveis, há detalhes, como o para-choques traseiro, que remetem a obras-primas do designer. E, embora o carro mostrado aqui não pareça destinado à imortalidade, o foco principal não é a estética, mas seu conteúdo. O novo veículo será feito de materiais compostos, derivados da fibra de carbono. Seu processo produtivo será mais barato que o tradicional, com aço ou alumínio: o Tata “de plástico” não irá requerer mais que 25 moldes e será 20% mais leve do que se fosse de aço. A modularidade de sua plataforma permitirá carrocerias diferentes: depois do cupê, virão um conversível, um mini-SUV e outros modelos. Quanto à mecânica, o motor seria 1.0 Supercharged de 90 cv.

Pesquisa sobre materiais e redução de custos é uma especialidade de Gandini, que há anos estuda carros de baixo custo. Em 1983, levou à Renault uma ideia de um utilitário todo de plástico. A marca francesa comprou o projeto e o guardou em uma gaveta. O carro nunca se tornou público, talvez porque, resultando na redução da mão de obra para sua montagem, poderia gerar desemprego e ser socialmente rejeitado. Depois de 30 anos, Gandini parece ter encontrado um interlocutor para suas ideias. Todo segredo, mais cedo ou mais tarde, se revela.