30/06/2016 - 17:08
Na Estados Unidos, talvez pelo nome que remete à pátria das estrelas e listras, talvez pelo design quadradão, mais próximo do DNA da Jeep, o Patriot é mais vendido que seu irmão Compass, de design mais “fluido”, uma espécie de mini-Cherokee. Já no Brasil, a marca só oferece o segundo, e sem muito sucesso. De qualquer forma, verdade seja dita, essa dupla não está entre os melhores – e nem mais icônicos – modelos fora de estrada da Jeep.
Nascidos na época da parceria com a japonesa Mitsubishi, pré-FCA, eles têm plataforma de carro, derivada da do Lancer, e habilidade off-road bem modesta. Parece que, inicialmente, Patriot e Compass eram propostas diferentes de estilo para o mesmo projeto – e a opção de dividi-lo em modelos com mecânica idêntica e carrocerias distintas nasceu durante clínicas com clientes, que colocavam os dois frente a frente.
Enquanto o Patriot agradava aos fãs tradicionais da Jeep, o Compass tinha mais apelo para clientes de outras marcas. Daí a opção de apostar nos dois, escolhendo um deles – ou ambos – conforme o mercado. Enfim, a sobrevivência de ambos aconteceu por acaso. Mas os resultados de vendas não justificam a manutenção dessa estratégia – além de terem sido percebidos por parte do público como “corpos estranhos” na linha Jeep.
Essa história explica por que eles terão um único sucessor, que deve chegar ao mercado no final desse ano. É alta a expectativa em relação ao modelo, que antes da estreia já tem a dura tarefa de recolocar a Jeep em posição de destaque em uma faixa de mercado na qual o Compass não se destacou. Falamos de carros com comprimento total de 4,5 metros, como Honda CR-V, Toyota RAV4 e Volkswagen Tiguan.
Para cumprir essa missão, ele usará a plataforma do Renegade, adequadamente esticada para ficar com porte exatamente entre o do Renegade e o do Cherokee. Do ponto de vista estético, no entanto, a semelhança com o irmão menor foi cuidadosamente evitada, deixando muito espaço para referências estilísticas ao Grand Cherokee – dos faróis ao capô, passando pelas laterais lisas e a linha de cintura firme e afiada. Tudo em escala reduzida, obviamente.
Na mecânica, o parentesco com o Renegade permite usar os motores
4 cilindros a gasolina e a diesel do grupo FCA, com potências entre 110 e 180 cv (globalmente, pois no Brasil deve ter versões 2.0 a diesel e 2.4 a gasolina, porque o 1.8 E.TorQ é fraco demais para ele). Eles serão acoplados a caixas manual de seis marchas ou automática de nove. A tração será dianteira ou integral, essa última com Selec Terrain, que permite escolher o terreno entre os modos Auto, Snow (neve), Sport e Sand/Mud (areia/lama), e ainda o modo Rock (pedra) para as versões “Trail-Rated”, bem mais preparadas para o off-road.
Quanto ao nome, o CEO da Jeep, Mike Manley, confirmou que será um dos usados hoje. E como o Compass tem mais relevância global, deve prevalecer.
O novo Compass (vamos chamá-lo assim) será apresentado mundialmente no Brasil, ainda este ano. Natural, pois ao menos a princípio é o único lugar onde o modelo será produzido – na mesma fábrica de Goiana, Pernambuco, onde já é feito o Renegade (depois será produzido para os americanos em Toluca, México).
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Modelos de todos os tamanhos
Com um comprimento de cerca de 4,5 metros, o Compass ficará entre os 4,25 m do Renegade e os 4,62 m do Cherokee (o Grand Cherokee passa de 4,8 metros). O preço também deve ficar entre os deles – algo próximo de R$ 150.000