O Mégane chegou ao mercado nacional em 1997, ano em que começou a ser importado da Argentina. Não era o mais bonito ou atraente dos sedãs, mas tinha lá seu charme francês – que não foi suficiente para conquistar o consumidor brasileiro. Por isso, suas vendas nunca passaram do discreto, aquém até do que desejariam os franceses. A Renault apostou um pouco mais no Mégane quando, em 2007, lançou esta versão atual – que, além de ser produzida na fábrica de Curitiba, no Paraná, mostrava um design moderno e bem mais atraente que o da geração anterior. Mas ele chegou ao mercado em uma época infeliz: a Honda estava lançando o New Civic e, algum tempo depois, a Toyota chegou com seu novo Corolla, evidenciando as linhas já antigas do novo Mégane. Perto dos japoneses, ele sumiu.

Assim, o carro, até bom, foi condenado ao ostracismo. Nem o charme da alavanca do freio de mão e a ausência da chave, substituída por um cartão com comando eletrônico e um botão de partida, foram suficientes para salvá-lo do desastre de vendas. Uma mecânica boa e resistente, tanto na econômica versão 1.6 16V quanto no ágil 2.0 16V, e uma dinâmica irrepreensível foram qualidades que passaram despercebidas pelo grande público: o mercado só olhava para os japoneses e esquecia o francês. Esta versão que avaliamos, Dynamique 2.0 16V automática, é a top de linha dos Mégane ainda disponíveis no mercado: o carro já teve sua produção paralisada e a rede está liquidando as últimas unidades.

Se considerarmos o cenário de “final de feira”, seu preço ainda está bem alto: a partir dos R$ 51.800 para a versão básica 1.6 16V. Nesta versão avaliada, o preço supera a casa dos R$ 62 mil. Um valor elevado, olhando para as outras opções que o mercado oferece.

A station Grand Tour vai continuar em produção apenas na versão básica, com motor 1.6 16V, uma vez que o Fluence – que vem para substitur o sedã – não será oferecido na versão station, e deixaria uma lacuna no segmento se a perua do Mégane também saísse de linha: a paralisação na fabricação da station do Corolla, ainda da geração anterior, deixou a Grand Tour quase sozinha no segmento. A melancólica despedida do Mégane não deixará saudades: ele, ainda vivo, raramente era lembrado e dificilmente constava como uma das escolhas de compra do consumidor. E o Symbol, agora, segue o mesmo rumo…