Pouco mais de um ano depois da chegada do Novo Focus, a Ford não conseguiu fazer suas vendas decolar. Como pode um carro tão bom car mais de um ano esperando um motor ex? Esta segunda geração era vendida com motor 2.0 a gasolina, e quem fazia questão de usar etanol tinha apenas a opção do 1.6 com carroceria antiga. Agora, recebe o novíssimo Sigma 1.6 ex.

Na primeira geração, ele representou uma revolução mecânica – sua suspensão traseira independente era inédita no segmento – e de design, com linhas ousadas. Agora o salto não foi tão grande (seu design não evoluiu muito), mas as qualidades permanecem, com destaque para a boa posição ao volante (com regulagem de altura e profundidade), bom tamanho (entre-eixos generoso e a maior largura da categoria – 10 cm maior que no Golf) e o excelente comportamento dinâmico.

O Focus é, como diz a marca, um carro para quem gosta de carro. É o oposto de um Fit, por exemplo, no qual câmbio, acelerador, embreagem… tudo é tão leve e suave que o motorista chega a esquecer que está dirigindo. Aqui, a embreagem é dura, o volante pesado – tem assistência hidráulica, enquanto no 2.0 é eletro-hidráulica – e a direção, direta. Pontos negativos para alguns, positivos para outros. Com este conjunto esportivo, o motor 1.6 pode decepcionar. Com 16V, o torque máximo (15,9 kgfm) chega a altas 4.250 rpm – o antigo, como na maioria dos rivais 1.6 8V, tinha torque um pouco menor, mas disponível mais cedo.

Neste novo Sigma, 80% do torque chega a 1.500 rpm, e a força sobe rapidamente para 92% do máximo a 2.500 rpm – o que o torna confortável e adequado para rodar moderadamente. Mas, quando se quer esportividade, dá uma fraquejada entre 2.500 e 3.500 rpm, para então “crescer” até a força máxima (pesado, acelera de zero a 100 km/h em decepcionantes 12,5 segundos). O câmbio tem alavanca curta e com boa empunhadura, mas não tem engates tão precisos quanto os do Golf, por exemplo.

Com o preço básico de R$ 49.900, o Focus GL 1.6 já vem bem completo, com airbag duplo, rodas de liga 16″ (pneus 205/55), volante em couro, computador de bordo, alarme, CD com entrada auxiliar, ar e vidros elétricos dianteiros. A versão avaliada, GLX, custa R$ 51.400 e ganha vidros elétricos traseiros, descansa braço dianteiro e chave com controle das portas. O ABS é opcional, e soma apenas R$ 1.000 ao preço da versão mais cara.