(À esq.) A6 – 2018: Dinâmico e bem plantado no chão, graças à plataforma mais leve. Motor de quatro cilindros ou V6, híbrido plug-in e-tron, S6 e RS6 a seguir. Elétrico puro? Quem sabe… / (À dir.) A7 Sportback fim de 2017: O Sportback chega antes do Sedan. Ele pode até adotar o 4 cilindros 2.0 turbo do A6 de dois litros. S7 e RS7 chegam depois, em um segundo momento (Ilustração: Marcelo Poblete)

É estranha a vida de designer. Logo depois de nomeado chefe de um centro de design, você se apressa para declarar suas convicções com um carro-conceito. Mas depois, ainda por alguns anos, você é obrigado a botar seu rosto em modelos fundamentalmente criados e desenvolvidos (ou supervisionados) por outros. Até que, enfim, suas ideias podem aparecer em modelos de produção.

Marc Lichte, designer-chefe da Audi desde 2014, não é exceção. Se sua declaração de intenções foi o conceito Prologue, depois teve de assumir a paternidade do A4 (2015) e do A5 (2016). Agora, no entanto, seu estilo está pronto para se materializar em várias novidades. No Salão de Frankfurt deste ano (setembro) a Audi apresentará o A8, até o fim do ano debutará o A7 e, no primeiro semestre de 2018, o A6 (isso para não citar os novos SUVs). Um trio que, tendo o mesmo “prólogo”, foi pensado mais para destacar a personalidade individual de cada modelo do que para expor uma uniformidade da marca – aliás, vêm justamente para repelir as críticas de que todos os Audi são iguais.

Enquanto o A8 e depois o A7, que vão estrear as novas linhas, são modelos de nicho, o A6 é um modelo bem mais importante para a marca. Não é o Audi mais vendido – representa cerca de 15% das vendas globais –, mas traz alta lucratividade e tem uma clientela geograficamente transversal. E é um carro estratégico porque tem que lidar não apenas com uma competição duríssima das marcas rivais (Mercedes Classe E e BMW Série 5), mas também com o fogo amigo dos SUVs da própria Audi, que já representam mais de um terço do seu faturamento. Não há margem para erros.

A6 Avant – 2018: Inevitável (será mesmo?), mas ainda sem data de lançamento, a perua, também na versão Allroad, deve ganhar um porta-malas maior (Ilustração: Marcelo Poblete)

A quinta geração adota plataforma MLB Evo para motores longitudinais, que estreou no Q7. Ela eliminará uma centena de quilos em comparação com a geração atual, o que se refletirá em menor consumo de combustível e menos emissões, além de mais prazer ao volante. Ela terá sistema elétrico de 48 volts, necessário para lidar com o pacote tecnológico cada vez mais pesado, que eliminará botões e alavancas: o painel terá quase todos os controles em duas telas sensíveis ao toque (talvez haptic, isto é, capazes de responder fisicamente ao toque), enquanto um touchpad no console eliminará outros botões.

Em termos de assistência, a nova fronteira é a condução semi-autônoma, que o A6 herdará do A8. Debaixo do capô, versões otimizadas do 2.0 TFSI e dos turbodiesel 2.0 e V6 (só para europeus e americanos). RS6 e RS7, esperado para 2018 ou 2019, manterão o atual V8, com seus excelentes 605 cv. As transmissões automáticas também serão as mesmas S-tronic (dupla embreagem) ou tiptronic (convencional), de acordo com as versões, e a tração será a integral Quattro (nos esportivos). Futuramente, um híbrido plug-in, com o 2.0 a gasolina associado a um motor elétrico deve também surgir.


Materiais inovadores

Alumínio, aço, magnésio e CFRP (plástico reforçado com fibra de carbono) aparecem pela primeira vez em conjunto na estrutura básica da carroceria da quarta geração do A8, que será lançado em Frankfurt. Será o primeiro modelo de produção 100% de Lichte. Com essa mistura incomum de materiais, ele inaugura uma nova era da carroceria Audi Space Frame, nascida ainda em 1994 no próprio A8 e já aplicada em mais de um milhão de carros.

PreviousNext