A Chery – marca chinesa que vende seus modelos no Brasil vindos de sua terra natal e também do Uruguai, onde mantém um centro de montagem CKD – apresentou no ano passado a segunda geração de seu SUV Tiggo. Muito mais bonito do que a primeira geração, o jipinho agradou a alguns, menos àqueles que já não abrem mão da conveniência de um câmbio automático. Na ocasião, foi justamente o câmbio manual de cinco marchas o alvo das maiores críticas, por se mostrar um tanto incompatível em relação às características dinâmicas do utilitário. A versão com câmbio automático do Tiggo, que já estava disponível na China e chega agora ao Brasil, resolveu esse dilema: já é possível conduzir o automóvel sem ter que se preocupar em mudar as marchas. Mas, em algumas situações, isso ainda será necessário.

Na descrição das vantagens de seu novo modelo, a Chery volta 20 anos e destaca o câmbio automático de quatro marchas com possibilidade de escolher manualmente qualquer uma delas, para situações especí cas, e a opção do modo antipatinação, que, quando acionado, faz o carro sair em segunda marcha. Foi projetado para o inverno rigoroso, quando há neve no piso – tanto que o símbolo na alavanca é um oco de neve e no painel surgem as letras WIN (de winter, inverno em inglês). Junto com o câmbio automático, o Chery Tiggo ganha também o controlador automático de cruzeiro (piloto automático), que mantém constante a velocidade do veículo sem ser preciso apertar o pedal do acelerador.

Os su cientes 138 cv do motor 2.0 de 16 V do Tiggo poderiam ser mais bem aproveitados caso fosse adotado um câmbio automático moderno, com mais marchas e com um gerenciador eletrônico realmente e ciente. Do jeito que está, em muitas situações, principalmente em aclives ou quando se exige um pouco mais do desempenho, o câmbio  ca meio indeciso se engrena, por exemplo, uma segunda ou uma terceira. Para não faltar força, ou para não subir demais a rotação do motor, nesses casos a intervenção do motorista salva a situação, pois ele pode escolher manualmente uma marcha acima ou uma abaixo. O Chery Tiggo automático pesa 25 quilos a mais que a versão manual. O Chery Tiggo Automático 2014, que é montado no Uruguai, custa R$ 57.990 – R$ 6.000 a mais que a versão manual. Curiosamente, um Tiggo automático 2013 já estava sendo vendido, antes mesmo do lançamento oficial do modelo 2014, por R$ 1.000 a menos, devido à isenção do IPI para carros produzidos até o ano passado. Quem comprou se deu bem. Agora, seus concorrentes mais próximos são o Ford EcoSport, que custa R$ 70.390, mas tem câmbio automatizado sequencial de dupla embreagem, e o Renault Duster, que sai por R$ 66.900 e tem também um câmbio automático convencional de quatro marchas. Com essa nova versão do Tiggo, a Chery vende hoje o utilitárioesportivo automático mais barato do Brasil e oferece o primeiro carro chinês equipado com transmissão automática.