Se você é do tipo que se recusa a comprar uma minivan por conta do visual careta e da dirigibilidade sem-graça, a versão Sporting – uma das sete opções disponibilizadas pela Fiat no catálogo do novo Idea – minimiza pelo menos um desses problemas: o visual. O conjunto ótico maior deu uma levantada no aspecto sisudo do carro, a máscara negra e os apêndices aerodinâmicos (itens exclusivos desta versão), aliados ao capô mais a lado, deixaram o monovolume com um “quê” de Punto. Na traseira, a tampa do porta-malas é nova e as lanternas receberam iluminação por LEDs na forma de três guias de luz, que, segundo a marca, garantem ao carro que vem logo atrás visualizar as luzes do Idea sete metros antes do normal, aumentando em cerca de 20% seu espaço de frenagem.

Apesar do rejuvenescimento exterior e da agressividade estética dessa versão “esportiva”, sua alma de minivan se faz presente com a suspensão macia e a suscetibilidade aos ventos laterais. Mas, sejamos justos, o Idea melhorou bastante. Sob o capô, um novo propulsor 1.8 (130 cv) que, se comparado ao já cansado motor de origem GM que o antecedia, pode ser considerado uma obra prima da engenharia. Leve e compacta, a nova unidade, apesar do bloco em ferro, tem peso comparável ao dos motores de mesma cilindrada em alumínio. Para conseguir isso sem comprometer a durabilidade e o desempenho (sem a utilização de recursos tecnológicos que encarecessem o projeto, como comando variável), o motor precisou ser muito bem projetado. As bielas, por exemplo, além de forjadas e fraturadas, agora são sinterizadas (moldadas a partir de um pó metálico aquecido), os pistões são gra tados e os anéis, de baixo atrito. O comando de válvulas é feito em árvore única, o que deixa o conjunto mais compacto e leve. O virabrequim recebeu oito contrapesos para maior suavidade e todos os periféricos foram montados diretamente no bloco.

Além disso, uma infinidade de cálculos e ensaios foram feitos em programas 3D para garantir o bom funcionamento do motor. A adoção de um cárter estrutural de alumínio proporcionou maior rigidez e os coxins hidráulicos (como miniamortecedores que acompanham a movimentação do motor) diminuíram a vibração.

Isso tudo tinha que dar algum resultado. E deu. O carro está mais silencioso e o motor apresenta funcionamento linear, sem as asperezas típicas do modelo anterior. O problema é que, no desempenho, ele não vai arrancar suspiros. No dia a dia, é um típico 16V, que acaricia o motorista em altos regimes, mas que no trânsito da cidad

Retrovisores maiores e LED nos repetidores

e exige constantes e cansativas reduções de marcha. O torque começa a ser despejado com consistência a partir das 2.500 rpm e atinge o pico de ótimos 18,9 kgfm a 4.500 rotações. Já o consumo cou ligeiramente pior que o do propulsor antigo: com etanol, a média caiu de 10,6 km/l para 9 km/l. A diferença é pequena, mas poderia ser solucionada com o aumento da taxa de compressão, que cou em 11,2:1.

Além desse motor (que equipa também a Adventure), o Idea oferece o 1.6 16V, da mesma família E-TorQ, com 117 cv e 16,8 kgfm a 4.500 rpm, mas apenas na versão Essence (manual ou Dualogic). Uma pena ele não estar na Sporting porque, na cidade, seria su ciente: um pouco melhor em rotações baixas (próximo das 1.500 rpm), mais ruidoso e menos e ciente nas altas, mas com menor consumo. O pacote de entrada, Attractive, traz o já conhecido Fire 1.4 (81 cv) sem as alterações da versão Evo, do Novo Uno. Internamente, novos bancos mais envolventes e com melhor regulagem e ar-condicionado de maior vazão que melhora o cool down em 7ºC após dez minutos.

O pacote de entrada não oferece muitos itens. A oferta melhora só a partir do Sporting, que tem ar e CD player, entre outros. Como até o fechamento da edição a Fiat ainda não havia anunciado o preço do modelo, é difícil avaliar seu potencial em relação aos rivais Fit e Livina, por exemplo, do comparativo desta edição. O que dá para a rmar, por enquanto, é que quem apostava em mudanças apenas sutis para essa reestilização terá uma grata surpresa com o novo Idea.

A versão aventureira tem motor 1.8 16V e suporte do estepe igual ao do Doblò. No detalhe, a nova lanterna da família, com LEDs. Abaixo, o visual da versão Essence (1.6 16V) semelhante ao da Attractive, que vem com motor Fire 1.4.