No off-road, torque é mais importante que potência. E é justamente o que não falta neste novo Freelander 2 SD4. O sobrenome remete ao motor diesel quatro cilindros com turbo de geometria variável responsável por sua força, semelhante à de um V8 a gasolina. Para avaliar a novidade, nada melhor do que uma aventura fora de estrada. De Natal (RN) segui em comboio por quase 400 quilômetros desafiando atoleiros, praias e dunas em lugares inóspitos, paradisíacos e com nomes estranhos como Caiçara do Norte e São Miguel do Gostoso. Uma grande oportunidade para o Freelander mostrar sua valentia.

Donos da versão a gasolina, acostumados a enfrentar apenas valetas nas cidades, desprezando a capacidade off-road de seu carro, não podem nem imaginar do que esse Land Rover diesel é capaz. Não é um trator como o Defender, mas é valente demais. Areia fofa, áreas alagadas e dunas não foram páreo para ele, mesmo com pneus originais para o asfalto, calibrados conforme as especificações de fábrica (o normal é diminuir a pressão para andar na areia). Sim, o carro chegou a atolar quando malconduzido, mas uma “cavadinha” na frente dos pneus resolveu o problema.

Nas dunas, nota-se o trabalho do Terrain Response, “cavando” a areia quando a tração fica prejudicada. Na travessia de rios e lagos, a água pode chegar ao capô sem problemas

Claro que não foi só o motor o responsável pela manobras das fotos. O turbodiesel de 42,8 kgfm e 190 cv é mais forte do que o V6 a gasolina (32 kgfm, 233 cv) e toda sua força está disponível a 1.750 rpm, mas ambos recebem a ajuda do Terrain Response. O sistema permite selecionar o terreno – asfalto, cascalho/grama, lama ou areia) – e se encarrega de ajustar os parâmetros para lidar com a situação.

O interior é luxuoso: ao lado, o navegador GPS e o seletor do sistema Terrain Response junto à alavanca de câmbio

Freelander 2 SD4 HSE

MOTOR quatro cilindros em linha, 2,2 litros,16V, turbo com geometria variável e intercooler

TRANSMISSÃO automática sequencial, seis marchas, tração integral

DIMENSÕES comp.: 4,50 m – larg.: 1,91 m – alt.: 1,74 m

ENTRE-EIXOS 2,661 m

PORTA-MALAS 755 litros

PNEUS 235/55 R19 PESO 1.805 kg

• GASOLINA

POTÊNCIA 190 cv a 3.500 rpm

TORQUE 42,8 kgfm a 1.750 rpm

VELOCIDADE MÁXIMA 190 km/h 0 – 100 km/h 9,5 segundos

CONSUMO cidade: 11,5 km/l – estrada: 17,5 km/l

CONSUMO REAL não disponível

Migrar da gasolina para o diesel não custa muito. O acréscimo no preço é de R$ 7.900 na versão mais simples, S, que sai por R$ 129.900 com o novo motor. Na intermediária, SE, são R$ 4.000 a mais, totalizando R$ 147.900. Para a versão HSE, top de linha, das fotos, o aumento é de R$ 3.000, chegando a R$ 172.900. No asfalto, o desempenho é ligeiramente inferior, e a vantagem no consumo é enorme: atingi com facilidade marcas de 14 km/l ou 15 km/l na estrada. Com o motor a gasolina, combustível que ainda é mais caro, é difícil chegar aos 10 km/l. Problemas de ruído? Só se percebe o motor a diesel na marcha lenta. Nas esticadas, é difícil notar a diferença.