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O que é mais divertido nessa imagem? A tela cheia de recursos ou a estrada adiante?

Se você fosse obrigado a optar por aumentar a potência do motor do seu carro ou ter nele uma central multimídia mais completa e mais conectada, qual seria sua escolha? Bem, para aqueles como nós, apaixonado por carros – e principalmente por dirigir – a resposta parece óbvia (a potência). Mas saiba que cada vez mais os consumidores comuns, principalmente os mais jovens e “conectados” priorizam a conectividade.

Em um evento recente chamado Think Auto, organizado pelo Google, Fábio Ferreira, diretor de parcerias do Android falou sobre o Android Auto – sistema que, junto com o concorrente Apple CarPlay, está chegando em forte onda aos carros novos. Como outras ferramentas diferentes que já existem para vários modelos, procuram trazer mais conectividade aos automóveis. Ferreira apontou, inclusive, uma pesquisa recente nos EUA que mostrou que a conectividade já é um fator de compra mais importante que a potência (foi citada por 49% dos consumidores, contra 47% que indicaram a “cavalaria” do motor).

Basicamente, o que esses sistemas fazem é facilitar o uso de aplicativos perfeitamentes justificáveis em carros – como navegadores por GPS do tipo Waze e Google Maps, alertas de radares ou rádios via internet –, levando-os para o painel e possibilitando que sejam controlados mais facilmente, sem roubar tanta atenção do motorista. Mas também colocam nesse pacote acesso às redes sociais, notificações de aplicativos de mensagens e etc. São informações que, sinto muito informar, não necessitam ser acompanhadas em tempo real pelo motorista. E nem devem. Afinal, não é só porque são comandados por voz e estão ali na tela, e não no aparelho no seu colo, que deixam de atrapalhar o motorista ou aumentar o risco de acidentes. Com os sistemas de telefonia viva-voz diminuem esses riscos. Mas não os eliminam por completo. O mais seguro ainda é se focar na direção.

android auto
Tela do Android Auto: essas mensagens chegando na tela do carro enquanto se está dirigindo são seguras? Mais do que se lidas no próprio Smartphone, claro, mas muito menos do que se o motorista ficar focado apena em dirigir. E definitivamente um detalhe muito menos importante do que a potência do motor e — consequentemente — o prazer de dirigir. Mas parece cada vez ligam menos pra isso

Claro que o consumidor é livre e tem o direito de priorizar o que lhe der na telha (teve época em que alguns chegaram a pagar R$ 5.000 extras pela cor branca). Não é nossa missão, enquanto jornalistas especializados, policiar as escolhas do leitor/consumidor. Apenas o orientamos sobre as vantagens e as desvantagens de cada automóvel ou tecnologia para ajudá-lo em suas decisões de compra.

Pessoalmente, acho essa conectividade toda uma besteira absolutamente desnecessária (repito, com exceção dos essenciais apps de navegação que dão informações sobre o trânsito). Se é para ficarem conectados o tempo todo, e acompanhar o feed do Facebook ou algo do tipo mesmo quando estão ao volante, sugiro a esses consumidores que desistam de vez de dirigir. E que venham logo os carros autônomos. Para eles, não para nós. POis preferimos seguir ao volante, e com muita potência (quanto mais, melhor). Ela enriquece a experiência que realmente mais importa dentro de um carro: dirigir.