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Não tenham dúvidas, o VW Fox é um carro muito legal. A sua concepção, no final dos anos 90 e início da década de 2000, pela equipe de design da Volkswagen do Brasil (comandada na época pelo experiente designer Luiz Alberto Veiga), previa um carro que pudesse acomodar bem uma família brasileira média, sem apertos nem cabeças batendo no teto. E esse novo carro foi lançado em 2003, mostrando um potencial muito grande devido a características que eram peculiares na época, como o banco traseiro sobre trilhos (que podia deslizar e melhorar ainda mais o conforto de quem ia atrás, ou, se fosse o caso, aumentar a capacidade do porta-malas).

O carro enroscava nas concessionárias, porque seu preço era muito próximo ao do Gol, o carro-chefe de vendas da Volkswagen. Na época, o Fox não poderia avançar muito em preço, porque tinha na sua frente o Polo, lançado no mercado nacional em 2002. Mas apesar da situação difícil dentro da família, o Fox teve boa aceitação pelo público consumidor, principalmente pela comodidade que proporciona aos seus ocupantes. O projeto do Fox é tão bom que ele chegou a ser exportado durante um tempo para o mercado europeu, que tinha no hatch o carro de entrada da VW alemã. O tempo foi passando e o carro foi sofrendo sutis reestilizações. Mas, estruturalmente, continua sendo igual àquele lançado em 2003.

Em 2013 para 2014, o Polo deu seu último suspiro em nosso mercado. E esse fato abriu um enorme espaço para o Fox, que passou por uma grande reestilização externa e uma modernização em seu interior, que recebeu itens de conforto e requinte antes disponíveis no Polo. Ou seja, o Fox foi promovido, passando a ocupar um espaço antes ocupado pelo velho Polo. Se o carro já era bom, ficou ainda melhor.

Mas, claro, seu preço ficou um pouco mais salgado, acompanhando a um status superior que o carro passou a ocupar. Hoje, temos as versões Trendline e Track, ambas com motores 1.0 de três cilindros e 1.6 de quatro cilindros; a versão Comfortline, com as mesmas motorizações anteriores; e ainda as versões top de linha, Highline, a esportivada Pepper, e o fora de estrada urbano, CrossFox, essas três últimas com o econômico motor 1.6 de 120cv. Uma completa e diversificada linha de produtos.

A VOLTA DO POLO

Com o retorno ao mercado brasileiro para o fim deste ano, o Polo levanta dúvidas a respeito do futuro do Fox. O novo Polo deverá ter seu preço inicial na casa dos R$ 48 mil, pegando em cheio o hatch mais antigo, que já está há quase 15 anos no mercado sem sofrer profundas alterações de projeto.

Mas todos sabem que quem tira um carro de linha não é a fábrica. Oficialmente, o Fox segue firme e forte em produção. Tanto que David Powels, o CEO da Volkswagen para América do Sul, América Central e Caribe, confirmou à imprensa no Salão de Buenos Aires o novo escalonamento da linha de hatches da VW brasileira, com o Gol na base, seguido de Up, Fox do novo Polo e do Golf.

Mas imagine você, consumidor, entrando no showroom de uma concessionária VW e o vendedor te mostrando, por preços semelhantes, o moderno Polo, que acabou de chegar ao mercado europeu, com sua mecânica sofisticada e uma atualizada plataforma MQB e, por um preço semelhante, o velho Fox.

Não é difícil responder qual carro a maioria esmagadora dos consumidores vai escolher. Os consumidores que deixam de comprá-lo, e, com uma produção reduzida, aquele modelo deixa de ser economicamente interessante para a fábrica. Nesse momento, o fabricante cessa a produção.

Com o Fox, não deverá ser diferente: A linha 2018 já está a venda, mas não tenham dúvidas de que o Novo Polo abalará profundamente as suas vendas. E a espiral que levará à morte do modelo não tardará a chegar. Até quando ele será fabricado? Essa resposta só o consumidor é quem tem. O Fox continuará sendo bom, atendendo as necessidades de nossas famílias, sendo econômico, de baixa manutenção e muito agradável de ser dirigido. Mas, o novo Polo deverá ser o seu grande algoz.