(Nota da Redação: Reportagem publicada originalmente na edição de fevereiro da Motor Show, antes do Salão de Genebra)

Na próxima geração do Chevrolet Corvette (C8), o motor será central-traseiro para desafiar os rivais europeus em pé de igualdade. O que não mudará é a condução magnífica, reforçada por uma versão de cerca de 850 cv. As proporções também sofrerão uma revolução: ele terá “focinho” curto e “cauda” longa. Além de ficar mais equilibrado com essa nova arquitetura, o plano é deixar o Corvette mais sofisticado e luxuoso pode dentro. Só assim ele de fato se tornará uma ameaça global para acabar com o reinado dos superesportivos de luxo alemães – seus novos alvos.

1 – TUDO INVERTIDO
Nunca é fácil mexer em um ícone: o Corvette, na verdade, sempre teve motor dianteiro. Agora, entretanto, a General Motors decidiu colocar o V8 atrás dos assentos para garantir uma tocada ainda mais “de corrida”. E é claro que, para conseguir isso, o esportivo foi totalmente redesenhado.

2- NOVAS FORMAS
Como mostra nossa projeção abaixo, o Corvette mudará radicalmente. Pode dar adeus ao clássico capô longo: a frente se torna curta e afiada, o cockpit ganha uma posição central e o para-brisa fica mais inclinado. O entre-eixos aumenta, a traseira cresce. O teto deve ser oferecido também em versões removível e de vidro. A abertura das portas permanece normal.

3- POTÊNCIA VARIÁVEL
Haverá mais opções de motor. Além do 6.2 de entrada, chegarão duas novas unidades, também com 8 cilindros – porém biturbo, com 4,2 e 5,5 litros e potência chegando
a absurdos 850 cv. Câmbio: manual de sete velocidades ou automático de oito.

4 – UM PRIMO DA CADILLAC?
A inédita plataforma do C8 deve ser explorada por um “primo” da marca Cadillac. O novo Corvette deve ser apresentado daqui a um ano, no Salão de Detroit, com produção na mesma época em Bowling Green, Kentucky.

Já pensaram nisso antes…

Uma revolução total, essa do Corvette: o C8 será o primeiro modelo da história do esportivo, que começou em 1953, a levar o motor atrás dos assentos. De série, pois o motor central já havia sido avaliado – e depois descartado por ser muito caro – no desenvolvimento do C3 de 1968 (abaixo, um protótipo de 1970). Então seguimos adiante com a solução clássica: V8 dianteiro aspirado e transmissão traseira (a partir do C5) para uma melhor distribuição de peso. Desde o ano 2000, o Corvette foi mais pensado em função do mercado global: ganhou motores mais potentes e, depois, comando variável
e injeção direta. Agora, sob a tradicional carroceria de material sintético e fibra de carbono, há uma estrutura de ligas leves.