Uma das primeiras memórias automotivas que eu tenho, lá no início dos anos 1990, é da surpresa que tive ao ver algo que parceria ser um VW Santana em um catálogo da Nissan que o meu pai havia trazido de uma viagem ao Japão. Fui descobrir faz poucos anos que eu não estava louco. E nem que a memória havia me traído: nos anos 1980, a montadora japonesa realmente produziu o três volumes da marca alemã.

Em 1984, a Nissan Motor Company iniciou a produção da versão de três volumes do Passat de segunda geração, que por lá também ganhou o nome de Santana. Pelo acordo, a Volkswagen fornecia todo o conjunto mecânico, enquanto a manufatura do restante (inclusive a estampagem da carroceria) ficava a cargo da fabricante japonesa. Apesar de levar os logotipos da marca alemã, esse Santana japonês era vendido na rede de concessionários da Nissan.

O modelo era oferecido com três opções de motorização: 1.6 diesel de quatro cilindros, 1.8 a gasolina, e um curioso (pelo menos para os brasileiros) 2.0 a gasolina com cinco cilindros e cabeçote de 20V. Este motor desenvolvia 140 cv e equipava a versão de topo 2000 Xi5 Autobahn DOHC, que trazia como um dos diferenciais as rodas “Avus” (conhecidas popularmente como Snowflake).

De acordo com o livro “Volkswagens of the World”, publicado no Reino Unido, o acordo entre os dois fabricantes para a produção do Santana no Japão foi encerrado em 1989, devido à baixa procura pelo modelo. Ainda segundo a publicação, apesar de fornecido pela Volkswagen, o conjunto mecânico sofreu tantas modificações para o mercado japonês que diversos componentes são exclusivos do carro montado pela Nissan

Curiosamente, dois anos depois, a Nissan voltou a procurar a Volkswagen, desta vez para importar e vender em sua rede de concessionárias o Passat de terceira geração. Mas esse novo namoro durou apenas um ano.

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