O Fiat Linea é um carro incompreendido. Ele tem bons atributos em espaço e dirigibilidade, mas anda meio esquecido pelos consumidores. Segundo a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), de janeiro a dezembro de 2013, foram 7.531 unidades licenciadas. Ou seja, o sedã da Fiat encerrou o ano bem atrás dos rivais Chevrolet Cobalt (59.685), Honda City (29.243) e Ford Fiesta/New Fiesta Sedan (29.048). Então, para manter o Linea vivo no mercado, a Fiat deu uma sacudida no visual do modelo e acrescentou ainda novos equipamentos de série.

As versões Essence e a topo Absolute continuam na linha 2015. O ponto alto do Linea é o preço a partir de R$ 54.750. “É um sedã médio com valor de sedã compacto e o foco está na relação custo-benefício”, explica Marco Antônio Lage, diretor de comunicação corporativa. Até o fechamento desta edição, a Fiat não havia definido os preços da linha 2015, mas, segundo a marca, não haveria alteração significativa no valor do carro. A cirurgia trouxe mudanças pontuais. A dianteira exibe nova grade e para-choque reestilizado, com detalhes cromados na parte inferior. Já a traseira também tem para-choque reestilizado, nova tampa do porta-malas agora com lugar para a placa, além de régua cromada e grafia Linea atualizados. Outras novidades são as renovadas rodas de aro 16 (versão Essence) ou de 17 polegadas (versão Absolute).

Modernizado por fora, o Fiat também está mudado por dentro. O painel é completamente novo e revela texturas suaves ao toque. Enquanto a versão Essence tem novos tecidos, na topo Absolute há os bancos revestidos parcialmente em couro, acabamento na cor cobre e iluminação Night Design, que deixa o ambiente mais aconchegante. Ambas as versões estrearam novo rádio e sistema de áudio repensado. Tanto para o Essence quanto para o Absolute, o quadro de instrumentos traz o Welcome Moving (antes da partida, os ponteiros movimentam-se para a direita e para a esquerda, fazendo uma veri_ cação do seu funcionamento e uma saudação ao motorista) e o prático Lane Change (com um leve toque na alavanca, a seta pisca por cinco vezes). Outros itens incorporados são os sensores de estacionamento com visualizador sonoro e gráfico, o ESS (sinalização de frenagem emergencial) e o ajuste elétrico de altura do farol.

O Linea não perdeu uma das suas grandes características: ser um sedã agradável de dirigir. Não houve mudanças mecânicas na linha 2015. Sob o capô, o motor 1.8 16V E.torQ flex envia a força necessária e entrega progressivamente a potência – 132 cv com etanol. É um desempenho adequado à sua proposta e que transmite até uma certa dose de esportividade. O câmbio pode ser manual de cinco marchas ou automatizado Dualogic Plus, também de cinco velocidades, com opção de trocas sequenciais pela alavanca ou pelas borboletas atrás volante. As suspensões têm ajuste macio. Mesmo assim, na pista da Fazenda Capuava, em Indaiatuba (SP), elas não comprometeram a dinâmica do modelo e a carroceria inclina minimamente nas curvas. Portanto, o Linea segue a vida, mas agora de visual renovado e mais atraente. Se desta vez irá cair nas graças dos consumidores, só o tempo dirá. Qualidades para isso ele tem.