Embora isso seja cada vez menos comum na indústria automobilística mundial, vários foram os modelos de automóveis que duraram mais do que algumas décadas no mercado praticamente sem modificações. E na lista abaixo, mostramos os carros que ficaram em linha por mais tempo no mercado brasileiro sem sofrer mudanças de plataforma.

Volkswagen Kombi: 56 anos (1957 – 2013)

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Quando a primeira Kombi deixou a linha de montagem da Volskwagen em São Bernardo do Campo (SP), em 2 de setembro de 1957, ninguém imaginava que o utilitário fosse durar tanto. Apesar das mais de cinco décadas no mercado brasileiro, o utilitário teve por aqui uma trajetória muito diferente do restante do mundo: a primeira geração durou de 1957 a 1975, enquanto a segunda (que era exclusiva para o Brasil, misturando a frente e traseira da Kombi alemã de segunda geração à carroceria da Kombi pioneira) foi de 1976 e 1996. Já a terceira geração (segunda no mundo), de 1997, foi lançada por aqui com um atraso de 30 anos em relação ao modelo alemão.

Toyota Bandeirante: 39 anos (1962 – 2001)

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Outro caso de vida muito longa foi o do Bandeirante. Baseado inicialmente no Land Cruiser J20 e substituído ainda nos anos 1960 pelo J40 (o J20 reestilizado), o utilitário brasileiro teve como grande diferencial em relação aos seus irmãos japoneses, ao longo de boa parte de sua vida no Brasil, o motor diesel da Mercedes-Benz. Algo que só mudou em 1994, com a adoção de um diesel da própria Toyota. Produzido até 2001, o Bandeirante durou 17 anos a mais do que o Land Cruiser J40 no qual era baseado.

Volkswagen Fusca: 30 anos (1959 – 1986 e 1993 – 1996)

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Inicialmente importado e depois montado em kits CKD, o Fusca ganhou produção local somente em 1959. E o modelo também teve por aqui uma trajetória bem diferente do restante do mundo: conservou até o final a carroceria dos anos 1960 (com a área envidraçada menor), adotando apenas os detalhes estéticos do modelo europeu. O Fusca brasileiro foi um dos poucos carros de passeio no mundo que voltaram a ser fabricados anos após o término da sua produção. Retomada a pedido do então presidente Itamar Franco, o renascimento do Fusca exigiu um grande esforço por parte da Volkswagen, pois o fabricante já havia vendido boa parte do ferramental do modelo.

VW Parati: 30 anos (1982 – 2012)

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Diferente da Saveiro (que sempre acompanhou as modificações do Gol) e do Voyage (ressucitado em 2008), a perua Parati foi o único modelo da família que não recebeu a nova plataforma PQ24, sendo produzido até o fim com a mesma base desde o lançamento. Seu espaço na linha acabou sendo preenchido pela SpaceFox, que não atingiu o mesmo sucesso da veterana e atualmente é oferecida apenas em uma única versão.

Chevrolet Chevette: 30 anos (1973 – 1993)

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Primeiro carro mundial da General Motors, o Chevette foi lançado no Brasil alguns meses antes do Opel Kadett de terceira geração, carro no qual era baseado. Mas o pioneirismo passo e, apesar das reestilizações, manteve até o fim a mesma base e o conjunto mecânico. O compacto de tração traseira durou tanto tempo que acabou convivendo, por alguns anos, com o Chevrolet Kadett, modelo de maior porte e que era equivalente ao Opel Kadett de quinta geração.

Fiat Uno/Mille: 29 anos (1984 – 2013)

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Lançado como substituto do pioneiro 147, o Fiat Uno brasileiro tinha uma peculiaridade: unia a carroceria do modelo europeu à base do seu antecessor. Mesmo assim, era um carro atual para a sua época. E enquanto os europeus já descartavam o Uno em 1995 (substituído pelo Punto), o Uno brasileiro durou quase 20 anos mais, praticamente sem modificações em relação ao carro dos anos 1980.

Jeep CJ-5: 28 anos (1954 – 1982)

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Inicialmente montado com peças importadas e posteriormente nacionalizado, o Jeep CJ-5 foi um dos primeiros automóveis de produção brasileira. Por aqui, foi montado por dois fabricantes (Willys Overland e Ford) e teve motores de quatro e seis cilindros. Mesmo assim, descobrir qual o ano de fabricação de um Jeep brasileiro é tarefa complicada.

Chevrolet Veraneio: 25 anos (1964 – 1989)

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Quando foi lançada, a Chevrolet Veraneio era, junto da Rural Willys, uma das únicas opções de SUV do mercado brasileiro. Inspirada na Suburban americana, porém com uma carroceria exclusiva para o Brasil, o utilitário pensado para o lazer das grandes famílias ficou conhecida mesmo é pelo seu uso como viatura policial.

Chevrolet Opala: 24 anos (1968 – 1992)

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O primeiro Chevrolet brasileiro de passeio era um carro exclusivo para o Brasil, que unia os motores de 4 e 6 cilindros da Chevrolet americana à carroceria do Opel Rekord de terceira geração. Mas enquanto o modelo alemão foi feito entre 1966 e 1971, o Opala teve uma vida consideravelmente mais longa e com várias reestilizações. Mas mantendo sempre as laterais e o conjunto mecânico básico.

Ford F-100/F-1000: 20 anos (1971 – 1991)

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Produzida desde 1957 no Brasil, a picape Ford F-100 brasileira ganhou em 1971 a mesma cara do modelo vendido nos Estados Unidos. E enquanto a picape americana mudou de geração já em 1973, o utilitário brasileiro permaneceu com a mesma carroceria por mais duas décadas, tendo recebido no período uma reestilização frontal, ampliação da capacidade de carga para mais de uma tonelada e a opção dos motores diesel turbo e aspirado. E foi esta geração do modelo que serviu de base para diversas picapes de cabine dupla nos anos 1980.