Ele não tem a bravura da versão turbinada, mas é ideal para desfilar tranquilamente no trânsito urbano

Por mais que pareça, o Mini Cooper Cabrio não é só um rostinho bonito. Ele tem conteúdo, tecnologia embarcada e preço de gente grande: R$ 114.900 nessa versão de entrada, com motor 1.6 aspirado (de 120 cv) com sistema Valvetronic, que dispensa as borboletas para regular a abertura das válvulas.

Qualquer comparação com sua versão esportiva S seria injusta. O comportamento do motor turboalimentado é completamente diferente – e não apenas pelos 55 cv a mais, mas também pela curva de torque totalmente plana (leia avaliação do Clubman S no site da Revista //motorshow.com.br/edicoes/308/artigo116408-1.htm)

Mas seria injustiça também dizer que o Cooper aspirado é fraco ou ruim. Primeiro porque o carro não se limita ao motor. É muito mais do que isso: tem comportamento dinâmico excelente, boa distribuição de peso, suspensões firmes, direção com reações diretas e uma carroceria que torce pouco, mesmo nessa versão com o teto de lona. Fora todo o enorme aparato eletrônico antibarbeiragens.

Já o propulsor, de fato, não arranca suspiros. Por conta do peso do carro, cheio de reforços estruturais, cada um de seus 120 cv tem a missão de movimentar 13,7 kg. Só como comparação, a relação peso/potência de um Sandero 1.6 de 112 cv é de 9,7 kg/cv. Por outro lado, o Mini tem um ótimo torque de mais de 16 kgfm, muito bem aproveitado pelo câmbio automático de seis velocidades, o que garante agilidade e boas retomadas. Claro que as trocas de marchas, feitas em giros mais altos, acabam produzindo um ruído maior, mas que não chega a incomodar.

Com a capota fechada, a visibilidade é comprometida, apesar de a barra traseira só dar o ar da graça quando há risco de capotagem. E os passageiros de trás (no máximo, duas crianças) têm uma constante sensação de claustrofobia. Mas quando se aciona eletronicamente a abertura da capota (o que pode ser feito antes de entrar no carro, pelo controle da chave ou até os 30 km/h), todos esses problemas desaparecem. Quem está na frente tem o mesmo conforto do modelo convencional, com bancos envolventes e comandos à mão. O portamalas também não é dos menores e, sem passageiros atrás, os bancos podem ser dobrados, aumentando sua capacidade a interessantíssimos 660 litros. Mais do que suficiente para a viagem de um casal.