À direita, o som com entrada USB, o ar-condicionado e o painel de instrumentos com agradável iluminação azul. A lista de itens de série inclui, entre outros, airbag duplo e sensor de estacionamento

Assim como as marcas japonesas e coreanas chegaram ao Brasil e precisaram de um período de maturação para se consolidar, agora é a vez das chinesas. A Chery foi uma das primeiras a comercializar seus produtos aqui – e agora lança uma de suas maiores apostas para nosso mercado, o compacto Face. Importado da China (onde se chama A1), o Face, segundo a montadora, disputará a mesma clientela de VW Fox e Renault Sandero. Com design do estúdio italiano Bertoni, ele tem linhas modernas e joviais. Mas ainda fica um pouco distante dos rivais quando o assunto é desempenho e qualidade de acabamento.

Dentro do Face, o espaço é bom (tanto na frente quanto atrás), mas a forração dos bancos é de baixa qualidade e faltam porta-objetos. Os engates do câmbio são curtos e precisos, mas parece haver uma falha de escalonamento na segunda e terceira marchas. A impressão é de que há um “vazio” entre uma marcha e outra. Além disso, o isolamento acústico fraco deixa passar muito do som do motor para dentro da cabine.

No interior, a forração dos bancos tem falhas de alinhamento. Os engates do câmbio são precisos, mas há problemas de escalonamento

Se como produto o Face ainda tem muito o que evoluir, quando falamos em custo de aquisição ele dá um banho nos rivais. Aliás, a exemplo dos lançamentos anteriores da marca, esta é a grande arma do Face para atrair os consumidores. A receita é a mesma do Cielo e do Tiggo: excelente lista de equipamentos de série com preço baixo. O compacto é vendido em apenas uma configuração, por R$ 31.900, com ar-condicionado, direção hidráulica, alarme, travas e vidros elétricos, freios ABS com EBD, airbag duplo e CD player com entrada USB. Com este nível de equipamentos, qualquer um de seus concorrentes passaria dos R$ 40 mil.

Uma das maiores deficiências do carro está na ausência de um motor bicombustível. Mas, de acordo com Luiz Curi, CEO da Chery Brasil, a tecnologia já está sendo desenvolvida em parceria com a Delphi, mas sua implantação de nitiva deve acontecer apenas no ano que vem.

O maior desafio é conquistar a confiança do consumidor. Por isso, a garantia é de três anos e o valor das revisões no período (ou nos primeiros 30 mil quilômetros) é de apenas R$ 547. Segundo Curi, isso mostra o comprometimento com o País por parte da da marca – que ainda tem a intenção de construir aqui uma fábrica, com investimentos de R$ 1 bilhão.