É difícil definir a superioridade mecânica de um Porsche com palavras. Por isso, uma das definições mais interessantes é aquela que parafraseia o poema de Gertrud Stein: “Uma rosa é uma rosa é uma rosa é uma rosa”. Para quem já dirigiu os melhores cupês fabricados em Stuttgart, basta dizer “um Porsche é um Porsche é um Porsche é um Porsche” e tudo já estará dito. Quem não dirigiu, paciência, terá que dirigir para entender esse significado.

E tem Porsche novo na praça. Mais exatamente a versão com tração integral do Panamera E-Hybrid, lançado recentemente. Tivemos a oportunidade de dar algumas voltas no Panamera 4 e-Hybrid na pista da Fazenda Capuava, em Indaiatuba (SP). E, apesar de não estarmos falando de um 911 Carrera 4, dá para afirmar com certeza que esse carro faz jus à fama da marca. E vai além: mostra que a Porsche pretende ser superior também no mercado de carros híbridos e elétricos. Quem viver, verá!

O Panamera 4 E-Hybrid custa R$ 529.000 e, segundo a Porsche, concorre diretamente com o BMW Série 7 (R$ 774.950) e com o Mercedes-Benz Classe S (R$ 769.990). O carro vem da Alemanha fabricado em Leipzig e conta com o desenvolvimento dos engenheiros de Weissach, os mesmos que cuidavam do fantástico Porsche 919 Hybrid, que destronou a Audi nas 24 Horas de Le Mans. Como se sabe, a Porsche abandonou o Mundial de Endurance FIA e vai estrear na Fórmula E, a “F1” dos carros elétricos.

Eis a questão. Apesar de ser um modelo híbrido, o Panamera 4 representa um largo passo da Porsche rumo ao carro 100% elétrico. E ele será lançado em 2019, com o nome Mission E. O Panamera 4 E-Hybrid conta com uma potência combinada dos motores a combustão e elétrico de 462 cv. O torque é de 700 Nm. Para quem quer mais potência, porém com tração traseira, tem o Panamera Turbo S E-Hybrid (680 cv e 850 Nm). A diferença do Panamera para outros híbridos está nos modos de condução que ele oferece – e, principalmente, na forma competente que entrega o que se propõe: E-Hold, E-Charge, Hybrid Auto e E-Power.

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Quatro modos de utilização do sistema de potência que se transformam em seis, pois o Hybrid Auto tem dois submodos. O E-Hold é selecionado manualmente e serve para poupar energia – o estado de carregamento é mantido para posterior utilização. O E-Charge também é manual, mas a Porsche recomenda não utilizar na cidade, pois a bateria será totalmente carregada durante seu uso. No E-Power, a condução é totalmente elétrica. E com uma novidade: o Panamera E-Hybrid traz o E-launch, ou seja, o sistema de arrancada vigorosa no modo elétrico sem tirar o carro dessa condição, como é comum nos híbridos convencionais.

Já o Hybrid Auto aciona o sistema inteligente do Porsche Panamera. Assim, o carro traça uma estratégia sobre sua fonte de energia conforme o percurso determinado pelo motorista. Mostrando que o navegador por GPS ainda é, sim, um item importante nos carros modernos, o Panamera utiliza as informações de tráfego para preparar a melhor forma de chegar rápido com o menor consumo possível. No Brasil, infelizmente, ainda não é possível utilizar os dados de tráfego no GPS. Nos submodos do Hybrid Auto, o Panamera pode operar no Sport (bateria carregada no nível mínimo e economia de combustível) ou no Sport Plus (bateria carregada no nível máximo, mas queima mais combustível).

Para além disso, o Panamera 4 E-Hybrid permite a utilização do botãozinho “Response” no volante (para dar todo gás durante 20 segundos) em qualquer modo. E ainda traz como novidade o Boost, que possibilita a utilização dos dois motores ao mesmo tempo ao longo de toda a faixa de rotação, e não somente quando entra em funcionamento o motor a combustão. Em resumo: é uma tecnologia bastante complexa, que foi desenvolvida nas pistas da Mundial de Endurance com o 919 Hybrid.

Isso é só o começo. Leia mais sobre o Panamera 4 E-Hybrid na próxima edição da revista MOTOR SHOW e reforce suas convicções de que “um Porsche é um Porsche é um Porsche é um Porsche”.