25/10/2016 - 8:00
Quando chega o momento da troca dos pneus, somos tentados quase sempre a buscar no mercado os mais baratos. Cuidado, mas muito cuidado mesmo, nessa hora. Pois você pode cair na armadilha dos pneus remold.
Em uma descrição simples e grosseira, podemos afirmar que esses remold são pneus que utilizam a carcaça ou a estrutura de um pneu velho, em que pequenos fabricantes colam e vulcanizam uma nova banda de rodagem e novas laterais, dando aos velhos pneumáticos um falso aspecto de novo.
Mas, sempre é bom ressaltar, que estruturalmente estamos lidando com pneus cansados em sua estrutura básica de segurança. Os cordoneis de nylon e até a alma de aço já estão fadigados pelo tempo, uso, cargas e altas temperaturas. Só por esse detalhe, já podemos questionar se os 30% ou até 50% que os remold custam mais barato que um pneu novo, compensam a economia.
Mas as desvantagens não param por aí. Normalmente, o material usado para compor a nova banda de rodagem e as novas laterais não tem a mesma qualidade daquele empregado em um novo. Apesar de alguns desses fabricantes afirmarem que quem fornece a matéria prima das novas bandas de rodagem são os próprios fabricantes de pneus novos, é claro que não utilizam nesses ‘remendos’ a mesma qualidade de material de seus produtos que são vulcanizados nos pneus novos.
Por isso, não espere deles a mesma durabilidade. Mas um pneu não é só durabilidade. Ele deve apresentar segurança em curvas e frenagens, seja no piso seco ou debaixo de chuva. E, sob esse aspecto, os remold também são terríveis.
Você já ouviu falar de alguma pista de teste de fabricantes de pneus remold? Não? É porque elas não existem. Esses fabricantes produzem em uma escala bem pequena e de maneira quase artesanal. Apesar de alguns serem aprovados pelo Inmetro, não são testados e avaliados em sua performance e durabilidade.
Alguns consumidores reclamam que eles fazem ruídos semelhantes aos de rolamentos danificados, outros reclamam ainda que o balanceamento das rodas nunca é perfeito e que o veículo vibra em algumas velocidades. Há ainda aqueles que reclamam da instabilidade direcional constante do veículo: mesmo trafegando em linha reta, o carro necessita de constantes correções de sua de trajetória.
Essa certamente é uma característica decorrente da origem da carcaça que gerou aquele remold. Como são oriundas de origens desconhecidas e como cada carcaça tem um tempo de vida e foi produzida por fabricantes diferentes, o movimento delas diferem entre si umas das outras, fazendo com que o carro “dance” sobre o asfalto, dando aquela horrível sensação de instabilidade.
Nessa situação, nem é preciso dizer que a um grande risco do motorista perder o controle do carro em um desvio brusco ou em uma frenagem mais forte. O risco de acidente cresce demasiadamente. É por essa e por outras que o pneu remold não é aconselhado para o uso em automóveis de passageiros, principalmente nas regiões mais quentes e que as estradas apresentem muitos buracos e irregularidades. Entendeu agora porque o barato sai caro?