“Queremos fazer um automobilismo mais acessível, para que todos tenham a oportunidade de acelerar”

Benedito Giannetti, idealizador do projeto

A construção e administração de autódromos está se tornando, cada vez mais, um negócio no Brasil. Além daqueles comandados por grupos de entusiastas (como os conhecidos circuitos de Tarumã, Curitiba, Guaporé e Cascavel), há ainda os que foram arrendados pelas prefeituras – como o de Brasília, “alugado” para o ex-piloto Nelson Piquet. Mais recentemente, empresários fãs de automobilismo também têm investido em seus “campos de prova”.

Em São Paulo, a Test Motors, que fica em Tatuí (SP), cobra R$ 5.200 por dia de exclusividade e R$ 130 por hora, se o cliente estiver disposto a dividir a pista. Já o autódromo de Capuava, construído por Alcides Diniz dentro de uma fazenda, tem diárias de R$ 10 mil a R$ 15 mil. O Velopark, em Nova Santa Rita (RS), é uma espécie de parque de diversões para quem gosta de carro. O espaço oferece diversão sobre rodas para todos os gostos e ainda recebe a Stock Car.

Mas se o lucro é grande, o investimento é maior ainda. Por isso, muitos projetos nem saem do papel e todos eles são, invariavelmente, tocados por pessoas apaixonadas por automobilismo. No final do mês passado, o Esporte Clube Piracicabano de Automobilismo (ECPA), que já tinha uma pista na terra, inaugurou o circuito misto de seu autódromo.

Abaixo, uma prova de Turismo, quando o autódromo tinha apenas o anel externo pavimentado e uma disputa entre gaiolas

O traçado é bastante seletivo e possui 2,1 quilômetros de extensão e uma largura de 12 metros (na entrada e saída da reta podem chegar a 20 metros). O projeto nasceu do sonho que o empresário Benedito Giannetti tinha de construir um autódromo. Sempre muito envolvido com automobilismo, chegou a disputar corridas de kart com Emerson Fittipaldi nas ruas de Piracicaba e a ser piloto oficial da Texaco no Campeonato Brasileiro de Autocross.

No começo dos anos 80, Giannetti arrendou o jóquei da cidade para acelerar. Apesar de o negócio não ter vingado, a ideia nunca morreu. Giannetti sempre se inspirou nos circuitos americanos. “Lá, toda cidade de interior tem uma pista, que, todo final de semana, lota”, conta. Em 1988, ele comprou o terreno de 330 mil metros quadrados e começou a realizar corridas na terra. Em 2000, construiu o kartódromo. Cinco anos depois, a reta do autódromo foi asfaltada para receber provas de arrancada. Em 2007, foi a vez do anel externo. Agora, foi concluída com a pavimentação do traçado misto.

Hoje, além das pistas, há ambulatório, restaurante, lanchonete, lojinha, estacionamento, arquibancada e área de boxe. Outro atrativo do clube é a possibilidade de alugar um carro da Stock Car Jr. para acelerar por 50 minutos. Aliás, Giannetti comprou todos os bólidos da categoria – que antes acompanhava o brasileiro de Stock Car – para criar uma modalidade nos mesmos moldes, mas chamada Campeonato Paulista. “Queremos fazer um automobilismo mais acessível para que todos tenham a oportunidade de acelerar”, revela. Ele tem plano ainda de fazer parcerias com outros autódromos particulares para um possível campeonato brasileiro mais econômico. Para isso, busca apoio de montadoras e formatos de modalidades que sejam baratas. Giannetti não fala em valores, mas garante que fez tudo pela paixão.

Para toda a família

Como o próprio nome já sugere, o Velopark é um parque de diversão da velocidade. No empreendimento, há autódromo, pista de arrancada, circuito oval e três kartódromos, sendo um para crianças, um para aluguel de karts e outro para competições. Além disso, minicidade, restaurantes, loja de produto de competições, quiosques para alimentação, espaço kids e para eventos. Assim como no ECPA, de Piracicaba (SP), também possui locação de carros de competição.