FORD RANGER SPORT R$ 49.990

O mercado está mesmo a favor do consumidor. Os departamentos de marketing das fábricas passam o dia examinando a tabela de preços de carros novos para saber onde há um espaço para enfiarem um novo produto que possa roubar clientes dos concorrentes. E não é que o pessoal da Ford achou uma “brechinha”? Analisando os preços da picapes pequenas da Fiat e da GM, nas versões top de linha, descobriram que tirando daqui e puxando dali poderiam compor uma versão bem atraente da Ranger que chegasse aos mesmos preços de modelos como a Fiat Strada Adventure TRY ON (básica, R$ 43.937) e Chevrolet Montana Sport 1.8 (a partir dos R$ 42.984). Em qualquer uma delas, basta alguns opcionais para que os preços cheguem perto de R$ 48.000. Pois bem, compuseram o preço da nova Ranger Sport (seu nome de batismo) para que ficasse perto dos R$ 50 mil – completa, com tudo a que tem direito. Dessa forma, o consumidor pode comprar uma picape média ao preço de picape pequena.

Tecnicamente, a grande novidade da nova Ford está na suspensão traseira: um pequeno aumento na bitola do eixo traseiro permitiu que todo o sistema de suspensão fosse revisto e melhorado. Agora os amortecedores estão posicionados praticamente na ponta do eixo (antes eles eram fixados na parte mais interna, entre a fixação do feixe de molas e o diferencial), fato que melhora a performance dos amortecedores e, conseqüentemente, de toda a suspensão traseira, principalmente nos pisos irregulares e estradas de terra que exigem muito das suspensões. Além disso, os amortecedores, agora posicionados em ângulo, são fixados às longarinas do chassi, um para a frente e outro para trás. Essa forma particular de fixação permitiu aos amortecedores funcionarem também como uma espécie de barra de reação do sistema de suspensão traseira, estabilizando o eixo nas frenagens e acelerações e melhorando ainda mais sua performance. Mudanças relativamente simples, que não exigiram grandes alterações, mas que trouxeram ótimos resultados práticos à performance da suspensão traseira.

Todo desenvolvido aqui, pela engenharia da Ford brasileira, agora o sistema ficou construtivamente diferente do original norte-americano. Foi uma adequação da Ranger às nossas condições mais duras de ruas e estradas. Na mecânica, o ótimo Duratec 2.3 16V (150 cv, praticamente o mesmo que equipa o Fusion, mas no sedã com 162 cv) é todo construído em alumínio (bloco e cabeçote) e tem excelente performance quando comparado ao consumo. O moderno propulsor consegue aliar com competência performance e consumo e tem um bom torque desde os regimes mais baixos de rotações. Mas, infelizmente, não dispõe da tecnologia flex e só pode ser abastecido com gasolina. É o ponto negativo desse bom motor.

Externamente a nova versão tem a grade, párachoque dianteiro e os espelhos na cor do carro (vermelha, preta, prata, branca ou cinza), com ar/direção/ trio/MP3 e rodas aro 16 com pneus mais largos. Um carro atraente, de porte e que pode eventualmente servir ao trabalho. Uma boa jogada, que deverá render bons dividendos à marca americana.

Sistema de som moderno, com MP3, e ar-condicionado e trio elétrico são itens de série. A picape média é uma boa opção, e só fica devendo o motor flex, presente em todas as picapes pequenas