Enquanto o seu carro é preparado para uma apresentação, o jovem Filipe Kartalian Ayrosa Galvão, o Fiuk, divide as atenções com as fãs. Mais histéricas que o ronco do motor 2,5 litros com turbo e 450 cv do seu Nissan Skyline, querem disputar um minuto de atenção com o ídolo. Nascido em 25 de outubro de 1990, o garoto descobriu a paixão pelo drift logo cedo. “Amo o automobilismo desde a infância. Quando tinha 8 anos ia para o sítio do meu pai (o cantor Fábio Jr.) e lá andava de quadriciclo. Já arriscava umas manobras e aquilo me contagiou: não sobrou um pedaço de grama intacto”, brinca.
O esporte sempre esteve presente em sua vida, mas foi ao assistir ao filme Velozes e Furiosos: Desafio em Tóquio, o terceiro da série, que a vontade de “andar de lado” falou mais alto. “É uma espécie de balé e isso me atraiu muito”, diz. O começo nas pistas foi conquistado sem a ajuda de ninguém. “Meu pai ficou assustado, mas disse para eu me virar. Também foi dessa forma que construí minha carreira de cantor, ator e compositor.”

Fiuk é um daqueles fissurados por videogames e toda a sua base foi obtida nas corridas virtuais. “Passava incontáveis horas em frente à televisão conhecendo as técnicas. Até montei um cockpit em casa para deixar tudo mais real. Nunca precisei fritar um pneu para aprender a fazer drift”, explica. A escolha do carro recaiu sobre um cobiçado Nissan Skyline R34. “Sempre quis ter um e foi com ele que eu mais joguei nos games. Mandei importar do Japão”, conta.

A máquina desembarcou por aqui e já ganhou modificações. “Ele chegou com 280 cv de potência originais e depois das modificações saltou para saudáveis 450 cv. É muito divertido de guiar”, explica. Além disso, o modelo também ganhou um kit de carroceria exclusivo desenhado por ele mesmo, foi envelopado de azul com direito até a um capô revestido de fibra de carbono.
Sentado do lado direito (como em qualquer carro japonês ou inglês), Fiuk não tem dó dos pneus e gosta mesmo de queimar o asfalto. “Entrei no carro e já coloquei de lado. Mas o meu maior desafio foi passar do mundo virtual para o real”, conta. Quando quero praticar de verdade vou para o kartódromo de Aldeia da Serra ou para a pista do Ecpa (Esporte Clube Piracicabano de Automobilismo) no interior de São Paulo. Estou há dez meses andando de lado por ai”, brinca o artista multitarefas.

Dividido entre os compromissos profissionais e o esporte, Fiuk sabe conciliar as duas rotinas. “Nunca deixei passar uma oportunidade e gosto de fazer tudo junto. Se parar com alguma coisa sinto falta”, garante. E não ache que dentro do Skyline toca todo o tipo de música. “Gosto do barulho do motor”, afirma o artista, que leva o automobilismo muito mais a sério do que pode parecer. “Eu acredito no drift brasileiro e temos que dar mais incentivo ao esporte.” A julgar pelo que ele mostrou na pista, é um bom representante da categoria.