Mitsubishi i-MiEV foi lançado no Japão em 2009. Derivado do modelo I ele utiliza como fonte de energia um conjunto de 88 células de baterias de íons de lítio instalado sob o assoalho. No primeiro contato, é estranho não escutar o funcionamento do motor ao dar a partida. A única indicação de que o compacto de 3,39 m de comprimento está ligado é o painel de instrumentos que se acende. Por ele, o motorista visualiza o nível de carga da bateria, odômetro, velocímetro, consumo ou armazenamento de energia – enviado quando se tira o pé do acelerador pelo sistema regenerativo – -e a posição da alavanca de câmbio (as opções são Drive, Economy e Brake).

O silêncio é quase absoluto. Apenas o barulho dos pneus 145/65 R15 (dianteiro) e 175/55 R15 (traseiro) é ouvido. São 64 cv (47 kW) de potência e 18,4 kgfm de torque disponível a partir da 0 rpm e entregues de forma linear. Por conta disso, o i-MiEV, ou Mitsubishi Innovative Eletric Vehicle, desloca seus 1.100 kg rapidamente e faz ultrapassagens com agilidade no trânsito. O conjunto de suspensões (MacPherson na frente e atrás) tem calibração fi rme e transmite boa parte das imperfeições do asfalto para o interior.

Projetado para as cidades, o plug in oferece 160 km de autonomia com a carga total das baterias. A recarga é feita na rede doméstica de 110 v e 220 v em 14 ou sete horas, respectivamente. Há também uma tomada para as estações Quick Charges (leia quadro). Nesse caso, em apenas 30 minutos, o motorista terá um abastecimento de 80%.

A RECARGA

Além dos preços ainda proibitivos, um outro problema sério da utilização de carros elétricos no Brasil é a falta de pontos de abastecimento. Durante nossa avaliação, utilizamos uma das únicas estações de recarga do Brasil, localizada no estacionamento do shopping Iguatemi, em São Paulo (SP). Lá há vagas exclusivas (mas nem sempre respeitadas) para carros elétricos, que podem ficar plugados na tomada enquanto o cliente faz suas compras. A energia elétrica não é cobrada

Embora menor que o compatriota e também politicamente correto Nissan Leaf, transmite amplitude interna pelo 1,61 m de altura, 1,47 m de largura e generoso entre-eixos de 2,55 m, que coopera no bom espaço para as pernas dos ocupantes que viajam atrás. E não descuida da segurança dos quatro passageiros. Vem equipado com ABS nos freios (a disco na dianteira e tambor atrás), além de EBD, controle de tração e airbag dianteiro, lateral e de cortina. Em caso de colisão, a energia da bateria é cortada para evitar descargas elétricas nos passageiros. O sonho do carro elétrico ainda está distante dos brasileiros pela falta de incentivos governamentais. Hoje, só de IPI, o i-MiEV paga 25%, enquanto um carro 1.0 tem tributação de 7%. Com o imposto de importação, são mais 35%. Assim, o carro que no Japão custa U$ 39.000 (e é vendido por US$ 23.000, por conta de incentivos do governo), chega ao Brasil por R$ 200 mil. O valor de oito unidades do Mille Economy zero-quilômetro, por exemplo.

Ao lado , o simples painel, o quadro de instrumentos que se acende ao dar a partida e a tomada de abastecimento. Abaixo, o cofre do motor

Mitsubishi i-MiEV

MOTOR elétrico, 330V

TRANSMISSÃO automática, direta, tração dianteira

DIMENSÕES comp.: 3,39 m – larg.:1,47 m – alt.: 1,61 m

ENTRE-EIXOS 2,550 m

PORTA-MALAS não disponível

PNEUS 145/65 R15 (dianteiros) / 175/55 R15 (traseiros)

PESO 1.100 kg

• ELETRICIDADE

POTÊNCIA 64 cv de 3.000 a 6.000 rpm

TORQUE 18,4 kgfm de zero a 2.000 rpm

VELOCIDADE MÁXIMA 130 km/h 0 – 100 km/h não disponível AUTONOMIA 160 km

TEMPO DE RECARGA em tomada convencional de 110 v: 14 horas – em tomada convencional 220 v: sete horas – em posto de carregamento: 30 minutos (80% da carga).