Por David Shepardson

(Reuters) – A unidade de carros sem motorista da GM Cruise concentrará esforços de desenvolvimento em um Chevrolet Bolt de próxima geração, em vez do futurista veículo Origin, que não teria volante ou outros controles voltados para humanos, anunciou a montadora norte-americana.

Em 2022, a GM entrou com uma petição junto à Administração Nacional de Segurança de Tráfego Rodoviário dos EUA buscando permissão para implantar uma operação de até 2.500 veículos Origin – que não possuem volante, pedais ou espelhos – por ano. A agência ainda não deu seguimento à solicitação.

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“GM e Cruise estão otimizando recursos para concentrar o desenvolvimento de nosso próximo veículo autônomo na próxima geração do Bolt, em vez do Origin”, disse um porta-voz da GM nesta terça-feira.

“Essa mudança cria uma opção mais econômica e escalonável para buscar um futuro autônomo mais rápido, ao mesmo tempo em que evita o caminho incerto para a conformidade regulatória nos EUA, o que poderia impedir o crescimento da escala do Origin.”

Em novembro, a GM disse que havia interrompido temporariamente a produção do Cruise Origin totalmente autônomo. Em novembro, a Cruise disse aos funcionários que a empresa já produziu centenas de veículos Origin e que isso é “mais do que suficiente para o curto prazo, quando estivermos prontos para aumentar a produção”.

A Cruise enfrenta uma série de investigações – inclusive da NHTSA, do Departamento de Justiça e da SEC – após um acidente em outubro no qual um de seus táxis-robôs atingiu um pedestre e o arrastou por seis metros. Cruise e GM foram duramente criticadas após o incidente, e o Departamento de Veículos Motorizados da Califórnia revogou a permissão das empresas para operarem veículos autônomos.

Em 2018, a GM solicitou à NHTSA que permitisse o uso de um carro construído com base em um Chevrolet Bolt sem volantes ou pedais de freio nas estradas dos EUA. Em 2020, a GM retirou a petição depois que a agência não tomou nenhuma medida.

A presidente-executivo da GM, Mary Barra, observou na terça-feira que, nos últimos meses, a Cruise retomou os testes de seus táxis autônomos com motoristas humanos para segurança nas cidades de Phoenix, Houston e Dallas e, em junho, contratou um novo presidente-executivo para a empresa.

A executiva disse que, de acordo com o plano revisado, “os custos por unidade serão muito menores, o que ajudará a Cruise a otimizar seus recursos”.

Barra disse anteriormente que a Cruise poderia gerar 50 bilhões de dólares em receita anual até 2030. A empresa teve prejuízo de mais de 8 bilhões de dólares desde 2017 e, em janeiro, a GM disse que estava cortando gastos na companhia em cerca de 1 bilhão de dólares.

(Por David Shepardson)