03/07/2024 - 6:50
A montadora brasileira Lecar confirmou que desistiu da ideia de produzir carros elétricos em solo nacional. Agora, a empresa visa uma operação com híbridos.
Vale destacar que, caso se concretize, a empresa poderá ser a única brasileira com foco em carros eletrificados, para o público em geral e com escala do país. Hoje há algumas montadoras de capital brasileiro, mas segmentadas, caso da Puma e Agrale.
“A prevalência deste nicho (elétricos) pode trazer mais transtornos do que verdadeiras soluções à mobilidade. Por este motivo, após vários estudos, a Lecar, que se apresentou como uma montadora de carros elétricos brasileira, anuncia sua desistência deste segmento. Agora, a empresa irá se dedicar à construção de carros híbridos”, disse a Lecar em nota divulgada à imprensa.
Da origem até o projeto híbrido
A companhia foi fundada em 2022 com o capital próprio do empresário capixaba Flávio Figueiredo Assis. O objetivo era desenvolver um carro pensado para o Brasil.
O projeto Lecar 459 (foto destaque) tem como base o etanol. O protótipo começou a ser testado a partir de abril deste ano.
A expectativa inicial era de que chegasse ao mercado em meados de dezembro deste ano, mas o plano será revisto com a mudança do projeto.
“Ao longo do período de desenvolvimento do carro, dos testes feitos e estudos internacionais já publicados, chegamos à conclusão de que o carro híbrido é mais vantajoso para a sociedade do que o elétrico em diversos quesitos, o que nos fez redirecionar nosso posicionamento e os planos para o mercado. A ideia, agora, é que nossa tecnologia híbrida flex a etanol com tração 100% de motor elétrico, proporcione 1mil km com 30 litros de etanol. Temos o primeiro carro elétrico sem tomada do mundo”, enfatiza Assis.
Custo e barreiras para o elétrico
Para a Lecar, o custo da infraestrutura para o mercado de elétricos é uma das maiores barreiras. O preço de um carregador rápido gira em torno de R$ 1 milhão. Apesar da venda de elétricos estar aquecida no Brasil, a rede de recarga não evolui na mesma proporção.
“Estamos muito longe de termos a quantidade de carregadores necessária para popularizar este tipo de veículo em todo o país. Precisaremos de bilhões em investimentos para termos as condições adequadas”, lamenta.
A empresa ressalta que, com isso, por mais que haja uma grande oferta de carros elétricos, comercializar e manter esses modelos não traz um real custo-benefício ao mercado e ao consumidor.
“Temos ótimas alternativas de híbridos atualmente no mercado, mas por preços não tão acessíveis. Por isso, nossa nova missão, a partir de agora, será reverter essa realidade, trazendo modelos híbridos muito mais aderentes à realidade brasileira e que caibam no bolso da população, contribuindo para uma verdadeira revolução inovadora na mobilidade nacional.”
A empresa continua trabalhando em seu protótipo e afirma que em breve pretende anunciar sua nova expectativa de chegada ao mercado.